O presidente eleito, Jair Bolsonaro, reconheceu nesta segunda-feira (12) que há dificuldades em aprovar a reforma da Previdência ainda este ano. Segundo ele, a avaliação foi feita pelo economista Paulo Guedes, que assumirá o superministério da Economia, e que está à frente das principais negociações sobre o tema. Bolsonaro e Guedes se reuniram nesta segunda-feira no Rio de Janeiro.
— Ele (Paulo Guedes) está achando que dificilmente aprova alguma coisa este ano", afirmou. "Não é esta a reforma que eu quero", acrescentou o presidente eleito, confirmando que vai tomar café com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para conversar sobre o assunto. Também informou que vai "apertar a mão" dos colegas do Congresso Nacional.
Para Bolsonaro, a reforma tem de começar pelo setor público, considerado por ele deficitário. Também afirmou que não se deve pensar em uma reforma baseada apenas em cálculos e números. De acordo com ele, é importante observar os dados com o "coração".
— Tem de olhar os números e o social também. É complicado, mas você tem de ter o coração nessa reforma. Olhar os números de forma fria, qualquer um faz, nós não queremos isso — afirma.
Bolsonaro criticou a existência de aposentadorias acima do teto constitucional, no setor público, que fixa como limite o salário dos ministros dos tribunais superiores (R$ 33,7 mil).
— (Há) aposentadorias que estão aí até acima do teto, excessos de privilégios. Tem que começar com a Previdência pública.
O presidente eleito conversou com a imprensa ao sair de casa hoje, na Barra da Tijuca, para novamente ir à agência do Banco do Brasil sacar dinheiro. Foi a terceira vez que Bolsonaro saiu nos últimos dias para ir ao banco.
Sobre a nomeação de Joaquim Levy para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Bolsonaro disse confiar na escolha feita por seu futuro ministro da Economia:
— Tem uma reação, tendo em vista ele (Levy) ter servido a Dilma (Rousseff) e (Sérgio) Cabral, mas não tem nenhum processo contra ele. Esse é o argumento do Paulo Guedes, e eu tenho que acreditar. Na primeira semana não vai ter mais sigilo no BNDES. Eu não sei o Joaquim Levy (se quer abrir o sigilo do BNDES). Meu contato é com o Paulo Guedes, ele é que vai abrir. Se não abrir, alguma coisa vai acontecer — afirmou Bolsonaro.