Há pelo menos um ano fora dos holofotes da Polícia Federal (PF), o ex-diretor-geral da instituição, Leandro Daiello, analisou o futuro das ações de combate à corrupção durante o governo de Jair Bolsonaro (PSL), diante da confirmação de que o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sergio Moro, responsável pelas ações da Lava-Jato em primeira instância, será o ministro da Justiça. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade nesta terça-feira (6), Daiello afirmou que não teme ingerência na "parte técnica da Polícia Federal".
— Eu não vejo, em nenhum momento, uma maneira de impedir que a Polícia Federal cumpra sua missão. Não vislumbro nenhuma possibilidade de ingerência na parte técnica, nas investigações — enfatizou.
Moro se afastou das atividades de juiz federal e da Lava-Jato logo após aceitar o convite para ser ministro da Justiça e da Segurança Pública no governo de Bolsonaro. Indagado sobre a recepção da notícia, Daiello diz que Moro teve o nome "muito bem recebido" entre os policiais para ocupar o cargo de ministro.
— Ele tem experiência na área, conhece muito bem a PF. É um nome que traz tranquilidade — diz.
Já sobre a mudança de atuação de Moro, que terá de abandonar 22 anos de magistratura para assumir um cargo político, Daiello vê com bons olhos a ida de Moro para a pasta:
— Eu não vejo risco de as operações que enfrentam a corrupção pararem. Com a ida dele para o ministério, até acredito que reforcem essas ações da PF. Também temos que ver que as ações contra a corrupção não vêm só da Lava-Jato.