Os 6.097 eleitores do município de Alpestre, no Norte do Estado, escolherão, neste domingo (28), além do governador do Estado e do presidente do país, o próximo prefeito e o próximo vice-prefeito – que terão um mandato tampão de apenas dois anos. A eleição suplementar de Alpestre foi convocada porque o prefeito e o vice eleitos em 2016 acabaram afastados de seus cargos, após serem alvo de uma operação do Ministério Público para combater um esquema de corrupção envolvendo agentes públicos e empresários.
Na eleição deste domingo, concorrem os candidatos Dr. Alcir (MDB), que é advogado, e Dr. Valdir (PDT), que é médico. Alcir foi assessor jurídico do ex-prefeito afastado e é um dos 12 réus na ação que apura as irregularidades em gestões anteriores no município.
Além de Alpestre, mais 18 municípios de outros estados do país escolherão prefeitos e vice-prefeitos neste domingo (28). A ordem de votação, nestes locais, é a seguinte: governador (onde há segundo turno), presidente e, por fim, prefeito.
A investigação
O Ministério Público (MP) aponta que agentes públicos de Alpestre, junto com oito empresas gaúchas e catarinenses, são suspeitos de fraudes na compra de maquinários e veículos, bem como na contratação de obras. As fraudes, segundo o MP, são avaliadas em R$ 10 milhões. Elas consistiam no superfaturamento de contratação de serviços e fornecimento de peças, além do direcionamento de licitações para empresas que pagavam propina.
Em 18 de dezembro de 2017, foram afastados de suas funções o prefeito Alfredo de Moura e Silva (MDB), o vice-prefeito Genuir Cenci (MDB), o secretário da Fazenda Sérgio Juraski, o secretário de Obras Oraci Matias da Silva, os assessores jurídicos Alcir José Hendges e Willian Balbinot, além dos assessores da Secretaria de Obras Amarildo de Souza e Gilberto Schutkoski.
Em 29 de maio de 2018, a Câmara de Alpestre declarou o afastamento definitivo do prefeito Alfredo de Moura e Silva, que renunciou ao mandato enquanto enfrentava um processo de impeachment. No mesmo dia, a Câmara também declarou o afastamento definitivo do vice, alvo de outro processo de impeachment.
O presidente da Câmara de Vereadores, Janio José Schenal (MDB), foi deslocado, temporariamente, para o cargo de prefeito e comanda o município desde então.