A decisão da cúpula petista de retirar a pré-candidatura da vereadora Marília Arraes ao governo de Pernambuco em nome de um acordo nacional com o PSB dividiu o núcleo dirigente do PT. Dez dos 26 integrantes da Executiva Nacional do partido ligados a tendências internas da chamada 'esquerda do PT' protocolaram no Diretório Nacional da legenda um recurso pedindo a revisão da decisão.
O documento, que aponta a divergência à decisão aprovada na tarde desta quarta-feira, 1º, foi articulado pelas tendências Esquerda Popular Socialista (EPS), Democracia Socialista (DS), Militância Socialista (MS), Avante e O Trabalho.
De acordo com o secretário de movimentos populares do PT, Ivan Alex Lima, um dos signatários do recurso, a ideia do grupo é "rever no Diretório Nacional a retirada de candidatura de Marília, tendo em vista que ela unificou o PT de Pernambuco, tem apoio dos movimentos sociais e está bem posicionada nas pesquisas eleitorais, ocupando a segunda posição, empatada com o primeiro colocado".
"Esse documento mostra uma divergência política programática dentro da Executiva do PT", afirmou Ivan Alex Lima à reportagem. Os dez signatários do recurso representam 38,4% da composição da Executiva Nacional do PT.
No recurso, o grupo afirma "que o resultado concreto das negociações com o PSB resultaram no 'não apoio' formal e nacional (ao PT), e portanto não está dentro do que pode ser considerado dentro dos interesses partidários para vencer as eleições 2018".
"Em defesa da democracia interna, recorremos ao Diretório Nacional da decisão sobre tática eleitoral", arremata o documento. Além de Ivan Alex, assinam o recurso os membros da Executiva Mucio Magalhães, Silvana Donatti, Carlos Henrique Árabe, Renato Simões, Markus Sokol, Vilson Oliveira, Moara Saboia, Luizianne Lins, Marcio Tavares.