A União das Associações de Bairro (UAB) de Caxias do Sul pretende protocolar na Câmara de Vereadores um pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o áudio do vereador Chico Guerra (PRB) divulgado na semana passada. O documento está previsto para ser entregue na tarde desta segunda-feira (11). Na gravação, Guerra, que é líder de governo, sugere dar um "corretivo" no presidente do bairro Cânyon, Marciano Correa da Silva.
De acordo com o presidente da UAB, Valdir Walter, a intenção é solicitar uma investigação de todo o Executivo e não somente de Chico Guerra (PRB). Para isso, porém, é preciso que pelo menos um terço dos vereadores assinem o requerimento.
Chico Guerra também é alvo de três representações na Comissão de Ética da Câmara, mas apenas um pedido, o do vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu (Avante), foi incluído na ata da sessão da última quinta-feira (7). Por isso, esse foi o único pedido que começou a tramitar na Comissão, que tem cinco sessões ordinárias para apresentar um parecer prévio a ser votado pelo plenário. As outras duas representações, do vereador Rafael Bueno (PDT) e da UAB, vão começar a tramitar nesta terça (12) com a inclusão na ata da sessão. A representação de Bueno, porém, não exige parecer prévio por ser de autoria de um vereador. Dessa forma, deve resultar diretamente em um processo disciplinar.
Já a representação do Ministério Público, protocolada também por Rafael Bueno contra Chico Guerra, ainda não teve desdobramentos. A promotora responsável pelo caso, Márcia Ruaro, está em férias e o promotor substituto, Delson Manzke, vai aguardar o retorno da titular, previsto para esta semana.
Contraponto
Procurado pela reportagem, Chico Guerra disse não ter receio de responder aos procedimentos porque já provou no plenário que recebeu ameaças de Marciano. Ele acrescentou ainda que a UAB deveria ter tomado uma atitude no momento das declarações do líder comunitário. O vereador também afirmou que tanto o presidente do Cânyon, quanto o ex-coordenador de Relações Comunitárias, Rafael Bado, estão sendo usados por um pequeno grupo que não aceita a derrota nas eleições. Era com Bado que o líder de governo conversava nos áudios.
— Como acham que sou uma peça fundamental e não conseguiram emplacar o impeachment, agora vão tentar me derrubar. Não existe lista negra, isso é uma forma de expressão. Mesmo se houvesse, a pessoa que divulgou o áudio teria a lista e já teria apresentado — garante.
O vereador disse ainda que 80% das demandas do Cânyon foram atendidas e que o bairro tem até mesmo preferência entre as solicitações da população.