A Polícia Civil vai ouvir testemunhas e responsáveis pelo áudio em que o vereador Chico Guerra (PRB), líder do governo na Câmara de Vereadores de Caxias, sugere dar um "corretivo" no presidente do bairro Cânyon, Marciano Corrêa. Os depoimentos estão previstos para ocorrer na próxima semana.
De acordo com o titular do 1º Distrito Policial, Vitor Carnaúba, após a divulgação do áudio, houve um registro de ocorrência contra o parlamentar por ameaça. Em uma primeira análise, no entanto, o delegado disse não ser possível concluir se houve crime.
— Vamos ter que ver o contexto — disse o delegado.
No áudio, Chico Guerra afirma que é preciso dar um "corretivo" no líder comunitário devido às críticas frequentes ao governo durantes as sessões da Câmara de Vereadores. A penalidade seria a diminuição de recursos para demandas do bairro Cânyon, com alto índice de vulnerabilidade social. O vereador diz ainda que Corrêa tem que ser o "número um da lista negra" para o atendimento das demandas.
Nesta quinta, o vereador se justificou, na tribuna da Câmara, exibindo dois vídeos em que o líder comunitário aparece exaltado. Em um deles, Correa disse que utilizaria uma "adaga" se Chico Guerra e o irmão, o prefeito Daniel Guerra (PRB), fossem ao bairro.
Segundo o delegado, até esta quinta, o vereador não havia registrado ocorrência contra o líder comunitário. Chico Guerra também foi alvo de denúncia ao Ministério Público, protocolada pelo vereador Rafael Bueno (PDT) e de três representações na Comissão de Ética da Câmara, encaminhadas também por Rafael Bueno, pela União das Associações de Bairro (UAB) e pelo vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu.