Testemunha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso envolvendo obras no Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi questionado pelo juiz federal Sergio Moro se já "recebeu por fora" ou por meio de "reformas" em algum de seus imóveis por suas palestras.
O tucano falou por videoconferência ao juiz no âmbito da ação em que o petista é réu por supostas propinas de R$ 1 milhão da OAS, Odebrecht e Schahin. O valor é referente a reformas supostamente custeadas pelas empreiteiras no sítio de Atibaia.
Os proprietários do imóvel são o filho do ex-prefeito de Campinas, Fernando Bittar, e Jonas Suassuna. Segundo a força-tarefa da Operação Lava-Jato, Lula seria beneficiário das reformas. O ex-presidente nega.
Enquanto testemunha de defesa de Lula, FHC foi questionado pelos advogados do petista sobre como recebe por suas palestras e como se dá a prestação de contas de seu Instituto. Ele disse que é "tudo declarado e normal".
— Deus me livre que não seja.
Em meio à audiência, o ex-presidente também foi questionado pelo juiz da Lava-Jato sobre como era pago pelas palestras e outros trabalhos.
— Alguma empresa reformou alguma propriedade que utilizava por fora, em reforma, algo assim? — questionou Moro.
— Isso é feito através de um agente que faz o contrato e eu usualmente não conheço os donos ou representantes da empresa. Vou conhecer eles na hora. Nunca, jamais, nada disso, nem por fora, nem participar de nenhum momento de reforma. Eu não tenho muita coisa a reformar, só minha cabeça mesmo — respondeu FHC.