O juiz federal Sergio Moro aceitou, nesta terça-feira (1º), a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção e lavagem de dinheiro nas obras do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, interior de São Paulo.
Segundo a nova acusação contra Lula, a Odebrecht, a OAS e a empreiteira Schahin gastaram R$ 1,02 milhão em obras de melhorias no sítio em troca de contratos com a Petrobras. A denúncia inclui ao todo 13 acusados, entre eles executivos da empreiteira, aliados do ex-presidente e até seu compadre, o advogado Roberto Teixeira.
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Veja abaixo o papel de cada um dos denunciados no caso, segundo o MPF:
1 - Luiz Inácio Lula da Silva
O ex-presidente da República seria, de acordo com a denúncia, o beneficiário das reformas havidas no sítio de Atibaia e o responsável pelo esquema de corrupção instaurado na Petrobras.
2- Marcelo Bahia Odebrecht
O presidente do Grupo Odebrecht é apontado como o responsável pela decisão de pagamento de vantagem indevida na forma de uma conta geral de propinas a agentes do PT, inclusive ao ex-presidente Lula.
3 - Emílio Alves Odebrecht
Presidente do Conselho de Administração do Grupo Odebrecht, manteria relacionamento pessoal com Lula e teria participado diretamente da decisão dos pagamentos das reformas do sítio de Atibaia, com ocultação de que o custeio seria da Odebrecht.
4 - Alexandrino de Salles Ramos de Alencar
Executivo do Grupo Odebrecht, seria o principal interlocutor de Lula com o Grupo Odebrecht e teria participado diretamente da decisão dos pagamento das reformas do sítio de Atibaia, com ocultação de que o custeio seria da Odebrecht.
5 - Carlos Armando Guedes Paschoal
Diretor da construtora Norberto Odebrecht em São Paulo, estaria envolvido na reforma do sítio de Atibaia com mecanismos de ocultação de que o beneficiário seria Lula e de que o custeio era da Odebrecht.
6 - Emyr Diniz Costa Júnior
Diretor de contratos da construtora Norberto Odebrecht, supervisionou a obra de reforma do sítio de Atibaia com ocultação do real beneficiário e de que o custeio seria proveniente da Odebrecht.
7 - José Adelmário Pinheiro Filho
Conhecido como Léo Pinheiro, é presidente do Grupo OAS e seria o responsável pela decisão de pagamento de vantagem indevida a Lula, na forma de custeio de reformas no sítio.
8 - Agenor Franklin Magalhães Medeiros
Executivo do Grupo OAS, teria participado dos acertos de corrupção nos contratos da Petrobras, tendo ciência de que parte da propina era direcionada a agentes políticos do PT.
9 - Paulo Roberto Valente Gordilho
Diretor técnico da OAS, encarregou-se da reforma do sítio, segundo o MPF, com ocultação do real beneficiário e da origem do custeio.
10 - José Carlos Costa Marques Bumlai
Amigo próximo de Lula, teria participado de crime de corrupção no âmbito da Petrobras, pelo qual já foi condenado. Teria sido o responsável pela realização de reformas em Atibaia de cerca de R$ 150 mil, ciente de que o ex-presidente seria o real beneficiário. Para ocultar a sua participação e o benefício ao então presidente, os fornecedores contratados foram pagos por terceiros e foram utilizados terceiros para figurar nas notas fiscais.
11 - Fernando Bittar
Um dos proprietários formais do sítio de Atibaia, participou das reformas, ocultando que o real beneficiário seria o ex-presidente Lula e que o custeio provinha de José Carlos Bumlai, do Grupo Odebrecht e do Grupo OAS.
12 - Roberto Teixeira
Advogado e amigo de Lula, teria participado da reforma do sítio, ocultado documentos que demonstravam a ligação da Odebrecht com a reforma e orientado engenheiro da empreiteira a celebrar contrato fraudulento com Fernando Bittar para ocultar o envolvimento da Odebrecht no custeio e que o ex-presidente era o beneficiário.
13 - Rogério Aurélio Pimentel
Auxiliar de confiança de Lula, teria participado das reformas do sítio em Atibaia e da ocultação de custeio por Bumlai e pelo Grupo Odebrecht das reformas, assim como do real beneficiário.