O administrador da empresa responsável pelo funcionamento da TV Câmara em Rio Grande, Marcos Marcelo Leão Coelho, foi preso no início da noite de segunda-feira (4), por corrupção ativa. De acordo com o Ministério Público, Marcelo teria oferecido dinheiro ao presidente da Câmara Municipal de Rio Grande, Flavio Veleda Maciel (SD), para que o contrato com a empresa que administra a TV fosse mantido.
Segundo o promotor de Justiça de Rio Grande, José Alexandre Zachia Alan, existe uma apuração em curso sobre os problemas apresentados nas contas da TV Câmara, contratos, formatação de preços e planilhas. Em meio a essas apurações, uma gravação obtida pelo MP teria mostrado o oferecimento de vantagem ao presidente da Câmara. Esta gravação foi levada até a Justiça e considerada indício para basear o pedido de prisão preventiva de Marcos Marcelo.
No dia 16 de maio, o vereador Flavio Maciel, em entrevista coletiva na Câmara de Vereadores, afirmou que recebeu uma proposta de propina e que as provas disso já estavam sob posse da Justiça, mas não deu mais detalhes do caso.
— A perspectiva agora é de realizar uma apuração integral do acontecido e poder levar adiante as apurações, até que se comprove se outros agentes tiveram recebimento ou ofertas de vantagens em relação ao contrato da TV Câmara ou de outros contratos econômicos. As gravações e outros elementos de provas reunidos dão um retrato fidedigno da história de corrupção que contamina nosso país. Muitas coisas virão a tona a partir dessa descoberta — afirmou o promotor Zachia Alan.
O promotor afirmou que ofereceu a possibilidade de Marcos Marcelo ouvir a gravação, mas ele rejeitou e reafirmou que não ofereceu vantagem ao presidente. As investigações irão prosseguir, enquanto Marcos Marcelo ficará preso na Penitenciária Estadual de Rio Grande (PERG).
O que dizem as investigações do Ministério Público
No dia 24 de janeiro, durante a manhã, Marcos Marcelo e o presidente Flavio Maciel teriam se encontrado na sede da Câmara de Vereadores de Rio Grande. A conversa seria para tratar de questões relativas ao funcionamento da TV Câmara. Durante o encontro, Marcelo teria oferecido vantagem indevida a Flavio, o que seria uma quantia de dinheiro sob a justificativa de "ser uma ajuda". Em troca, ele teria pedido que a empresa que opera da TV Câmara mantivesse seu contrato com o Legislativo.
Segundo consta no pedido de prisão preventiva, também foi revelado durante a conversa que Marcelo seria responsável por outros contratos com a casa legislativa, como a central de fotocópias da Câmara de Vereadores. O contrato, assim como o da TV, também conta com imprecisão relacionada aos seus controles.