O engenheiro Paulo Vieira de Souza, suposto operador do PSDB, abriu quatro contas na Suiça pouco mais de um mês depois de ter sido nomeado diretor de engenharia da Dersa (empresa responsável por obras rodoviárias de São Paulo), durante o governo de José Serra (PSDB), em 2007. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
De acordo com o jornal, documento sigiloso que as autoridades suíças enviaram ao Brasil mostram que essas contas receberam "numerosas entradas de fundos", e que está neste período a maior parte dos depósitos de Souza naquele país.
As quatro contas tinham um saldo de US$ 34,4 milhões quando Souza, conhecido como Paulo Preto, decidiu transferir os recursos da Suíça para as Bahamas, no começo de 2017. O valor equivale a R$ 121 milhões, quando corrigido pela cotação da última sexta (4).
Souza foi preso em 6 de abril pela Operação Lava-Jato em São Paulo, sob acusação de ter desviado R$ 7,7 milhões na obra do Rodoanel Sul, o que seus advogados negam. Na Suíça, o ex-diretor da Dersa já estava sob investigação das autoridades que cuidam do combate à lavagem de dinheiro e corria o risco de ter os R$ 121 milhões sequestrados pelas autoridades.
A Folha revelou na última quarta (2) que a propina supostamente entregue a Paulo Preto em seis obras da prefeitura e do governo paulista, segundo o relato de delatores, pode chegar a R$ 173 milhões.
O advogado de Paulo Vieira de Souza, Daniel Bialski, não quis comentar o documento suíço obtido pelo jornal Folha de S. Paulo.