A reconstituição das mortes da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes confirmou que a arma utilizada no crime foi uma submetralhadora. Segundo os investigadores, o atirador portava uma HK MP5, de fabricação alemã, que utiliza munição calibre 9 mm — comumente usada em pistolas. Segundo o jornal O Globo, o laudo sobre a operação deve ficar pronto em 30 dias. As vítimas foram mortas no dia 14 de março no centro do Rio.
Durante a reconstituição, que mobilizou cerca de 200 agentes de segurança entre a noite de quinta-feira (10) e a madrugada de sexta-feira (11), foram efetuadas seis rajadas com armas diferentes. Antes de cada rodada, uma sirene alertava sobre os disparos de balas de verdade – realizados para permitir que testemunhas do crime comparassem os sons.
A partir de agora, a polícia deve fazer um levantamento de armas desse tipo que pertencem às forças de segurança do Estado para perícia. A Polícia Civil e o gabinete da intervenção federal analisam o caso.
A HK MP5 não costuma ser utilizada com frequência em operações no Rio por ser considerada obsoleta em relação a armamentos desse tipo. Por ter seu alcance de disparo limitado, a submetralhadora colocaria os agentes em desvantagem em confrontos contra o tráfico de drogas.
Um ponto que reforçava a hipótese de utilização de uma submetralhadora no crime era a precisão dos disparos contra a vereadora – atingida por quatro disparos na cabeça. A HK MP5 garante mais estabilidade no manuseio, pois tem três pontos de apoio — dois para as mãos e um no ombro — ao contrário da pistola, que tem apenas um.
Investigados
Na quarta-feira (9), o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que o vereador do Rio Marcello Siciliano (PHS), o ex-policial militar Orlando de Oliveira Araújo, que está preso acusado de chefiar uma milícia, e um policial militar estão sendo investigados pela morte de Marielle e Anderson. O ministro disse que as investigações sobre o caso estão chegando ao fim. A polícia e o Ministério Público (MP) estariam negociando acordo de delação com Araújo.