Desde que o mandado de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi expedido, no fim da tarde de quinta-feira (5), apoiadores do petista fazem vigília junto ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC — onde Lula passou a noite. O ato, no início da manhã desta sexta-feira (6), tem colchões, travesseiros e cobertas espalhados pelas calçadas, já que muita gente dormiu no local ao relento, em sua maioria militantes e integrantes de movimentos sociais e sindicais.
Na noite de quinta-feira, líderes do partido e defensores de Lula se revezaram em um carro de som, que, nos intervalos, tocava samba. Na rua, vendedores de bebidas e de churrasquinho faturavam com a multidão. Sempre que Lula aparecia na janela para acenar, a reação era de gritos e cânticos em solidariedade ao ex-chefe de Estado.
Por volta das 6h, houve um princípio de tumulto no local. Alguns militantes jogaram pedras e paus em jornalistas, mas a situação logo se tranquilizou. Às 7h45min, a rua em frente ao sindicato estava mais silenciosa. De um carro nas proximidades, ressoava forró em volume baixo.
No alto, helicópteros que sobrevoam o local faziam mais barulho do que os manifestantes. Nas casas e prédio do entorno, praticamente não se via cartazes ou manifestações — nem contra, nem a favor de Lula, que tem prazo até as 17h desta sexta-feira para se apresentar à Polícia Federal de Curitiba (PR).