Dois emissários do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negociam com a Polícia Federal (PF) os termos de rendição para que o petista seja preso. Ainda não há uma decisão sobre como será o procedimento a ser adotado.
Os advogados do petista teriam informado à cúpula da Segurança Pública que o ex-presidente pretende se entregar em São Paulo, após a realização de missa em homenagem à ex-primeira-dama Marisa Letícia, marcada para este sábado (7). Ela completaria 68 anos na data.
O canal de comunicação entre a defesa de Lula e a PF, uma das exigências do despacho do juiz Sergio Moro, foi aberto no final da tarde de quinta-feira (5). Pela Polícia Federal, quem negocia é o delegado Igor Romário de Paulo, chefe da Operação Lava-Jato em Curitiba, no Paraná.
O ex-presidente tinha até as 17h de sexta-feira (6) para se entregar após a expedição do mandado de prisão no processo do triplex. O caso rendeu a ele uma condenação de 12 anos e um mês de reclusão.
A PF não realiza prisões após as 18h. No entanto, agentes disseram que, caso o ex-presidente resolva se entregar, é possível recebê-lo em São Paulo para depois fazer sua remoção a Curitiba.
O avião da PF já se encontra no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Congonhas. Nesta sexta-feira, as duas partes se falaram após o término do prazo dado por Moro.
Em um primeiro momento, os interlocutores de Lula afirmaram que o petista estava à disposição da PF, mas que ele não iria se entregar.
– Que venham me pegar – teria dito a um aliado.
A posição inicial do petista era de que a PF teria de buscá-lo no lendário Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde fez carreira como sindicalista. Entretanto, uma fonte da PF afirmou que a sinalização dos interlocutores de Lula era de que ele se entregaria. Isso ocorreria dentro do "tempo" dele.
Um petista que está no sindicato dos metalúrgicos com o ex-presidente também comentou que Lula irá se entregar e que os últimos detalhes estão sendo ajustados.