As negociações da Polícia Federal com a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda seguem na manhã deste sábado (7), segundo a Superintendência do órgão em Curitiba. Dois emissários de Lula negociam os termos para que o petista seja preso. Ainda não há uma decisão sobre como será o procedimento.
Advogados do ex-presidente teriam informado à cúpula da Segurança Pública que ele pretende se entregar depois da missa em homenagem à ex-primeira dama Marisa Letícia, marcada para as 9h30min, na rua em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Marisa, que morreu em fevereiro de 2017, completaria 68 anos neste dia 7 de abril. Um carro de som já chegou ao local. O número de simpatizantes do ex-presidente também começa a aumentar. Na rua ao lado, uma barraca do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) serve café da manhã aos militantes.
Lula pediu que na cerimônia da missa toque a música Asa Branca, clássico de Luiz Gonzaga, e Deixe a Vida me Levar, de Zeca Pagodinho, segundo um sindicalista próximo ao ex-presidente.
A defesa e a direção do PT abriram um canal de negociação com a cúpula da PF. O delegado Igor Romário de Paulo afirmou que a possibilidade de entrar à força no sindicato era "remota".
— A prioridade é evitar confronto, o que faria inflar ainda mais os ânimos — disse.
Segundo petistas, por volta das 15h de sexta-feira (6), a PF foi informada de que Lula não se entregaria em Curitiba, mesmo com prazo dado na ordem de prisão assinada pelo juiz Sergio Moro. O ex-presidente deveria se apresentar à PF até as 17h.
Segundo relatos de pessoas que estiveram com o ex-presidente, Lula teria alternado momentos de emoção e até choro. Apesar da expectativa, ele acabou não discursando no carro de som que estava no local.