O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, deu declaração ao jornal O Estado de S. Paulo, em que afirma que o delegado da Polícia Federal Milton Fornazari não é "porta voz da instituição" e que a PF "reitera seu compromisso de trabalhar de forma isenta, discreta e apartidária". Após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fornazari fez publicação no Facebook, no sábado (7), em que afirmava ter chegado a hora de outros políticos serem investigadas.
"Agora é hora de serem investigados, processados e presos os outros líderes de viés ideológico diverso, que se beneficiaram dos mesmos esquemas ilícitos que sempre existiram no Brasil (Temer, Alckmin, Aécio etc). Se isso acontecer teremos realmente evoluído muito como civilização, se não acontecer e só Lula ficar preso infelizmente tudo isso poderá entrar para a história como uma perseguição política", escreveu no post, que foi excluído no domingo (8).
Jungmann ainda afirmou que "a PF jamais se manifesta oficialmente por meio de perfis pessoais de seus servidores".
"As declarações proferidas são de cunho exclusivamente pessoal, e contrariam o normativo interno referente a manifestações em nome da instituição, razão pela qual serão tomadas as medidas administrativo-disciplinares em relação ao caso concreto", afirmou.
Michel Temer foi denunciado duas vezes e é investigado em um inquérito pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Aécio Neves foi denunciado e é investigado na Lava-Jato, e Geraldo Alckmin é investigado em inquérito por caixa 2 no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em razão da delação da Odebrecht. As assessorias dos políticos foram procuradas, mas não se manifestaram.