A Rede Sustentabilidade, partido da pré-candidata a presidência Marina Silva, sai da janela partidária com dois deputados a menos. O partido tentou trazer para a sigla parlamentares que substituíssem os deputados Aliel Machado (PR) e Alessandro Molon (RJ), que foram para o PSB, mas a falta de estrutura e de fundo partidário não ajudou nas negociações. Foi também o tamanho do fundo da Rede que teria sido determinante para a saída dos deputados.
Na prática, significa que Marina não terá vaga garantida nos debates de televisão. A lei prevê que são necessários cinco parlamentares no Congresso para isso. Dessa forma, sua participação dependerá de um convite da empresa de TV. Na Rede, insistem que Marina participará dos debates, porque não convidar uma candidata com os índices de intenção de voto dela pegaria muito mal. Na ausência de Lula, Marina disputa vaga no segundo turno, de acordo com as pesquisas de intenção, de voto.
Os dois nomes cotados para entrarem no partido eram os senadores Reguffe (sem partido-DF) e Cristovam Buarque (PPS-DF). O último cortejo foi na sexta-feira (6), na abertura do Congresso da Rede em Brasília, em que os parlamentares estavam na primeira fileira da plateia, e a militância gritava em uníssono:
— Vem pra Rede.
— Por favor, nessa hora nos ajudem a dizer não àqueles que estão desde já sabotando a Marina — disse em seu discurso o deputado Miro Teixeira (RJ).
Apesar dos apelos, os parlamentares não aceitaram o convite. Cristovam afirmou que vai insistir para que sua sigla apoie Marina.
— Em vez de dizer '"Vem pra rede", vou querer levar a Rede para o partido que estou. Talvez seja muito mais útil do que eu ir pra Rede — afirmou.
Reguffe também rasgou elogios, mas não indicou que entraria no partido.
No sábado (7), a pré-candidata da Rede se lançou novamente à presidência, em evento do partido. O Congresso da sigla acaba neste domingo (8), com a nomeação dos dois novos porta-vozes. Marina deve deixar a vaga para se dedicar exclusivamente à campanha.