O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comentou as declarações do comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, que, na noite de terça-feira (3), afirmou no Twitter que o Exército compartilha "o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais". Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, Maia afirmou que as instituições precisam ser respeitadas.
— Uma manifestação solta no Twiiter sempre gera a possibilidade de várias interpretações, o que não é bom. Da forma que foi colocada, acho que o que ele quis dizer é que trabalhará sempre em respeito à constituição e as leis. Acho que é isso que precisa ficar claro: a Constituição precisa ser respeitada. Claro que uma declaração solta dessas não ajuda, gera mais instabilidade ainda, mas acredito que não tenha sido com a intenção de criar uma maior desestabilização do que a que já temos hoje — disse.
Sobre o julgamento do habeas corpus preventivo de Lula, marcado para esta quarta-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) — que pode determinar a execução da pena após condenação em 2ª instância —, Maia preferiu não emitir sua opinião sobre o que considera a melhor alternativa, mas entende que uma forma de encerrar essa discussão seria através de uma emenda constitucional.
— O tema é polêmico. Tão polêmico que o Supremo está dividido. Seria bom se a Câmara pudesse avançar nesse debate e depois encaminhar para o Senado. Assim teríamos uma posição clara sobre esse tema. Acredito que através de uma emenda constitucional seja a melhor forma de encerrar esse assunto — concluiu.
Questionado sobre a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em 2ª instância, nas eleições, Maia — que também é pré-candidato à presidência da República — disse que a decisão da Justiça precisa ser respeitada.
— O ideal seria que o ex-presidente Lula tivesse as condições de concorrer, mas se a Justiça inviabiliza o registro da candidatura dele, precisa ser respeitada. Ele não pode tentar reverter na política uma decisão da Justiça. Isso seria muito ruim para a democracia brasileira — disse.
Sobre as denúncias que envolvem o presidente Michel Temer, Maia novamente não quis se manifestar, mas voltou a defender a independência das instituições.
— Não vou ficar discutindo hipótese porque acho que eu não colaboro com o debate. Essa é uma questão que cabe de forma independente ao Ministério Público e ao Judiciário. E claro, se houver, que a Câmara decida mais uma vez. Acho que as instituições precisam ter total independência — defendeu.