O PT vai convocar seus militantes para uma vigília permanente em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo (SP), onde ele mora. O partido ainda insiste numa pressão à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, para ela pautar as ações sobre prisão após 2ª instância a tempo de impedir uma detenção do petista.
Após se reunir com Lula na sede de seu instituto em São Paulo, aliados que conversaram com a imprensa criticaram a presidente do STF por não pautar as ações diretas de constitucionalidade (ADCs), que poderiam inverter o placar do julgamento, e colocar em análise apenas o habeas corpus de Lula, negado em sessão que se estendeu até a madrugada desta quinta-feira (5).
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) acusou Cármen Lúcia de perseguição política a Lula.
— Enquanto ela não pauta as ações, ela cria uma instabilidade institucional que é extremamente prejudicial para a democracia e para o país, por opção dela — declarou.
Para o deputado, Cármen resiste em não pautar as ações para sustentar interesses da Operação Lava-Jato.
— O STF está sendo impedindo de exercer uma maioria por uma decisão absolutamente política.
O governador do Piauí, Wellington Dias, também cobrou pautar as ações para garantir o direito de réus responderem a seus processos em liberdade, e não apenas Lula.
— Tivemos uma manobra que impediu a votação das ADCs que colocam uma posição sobre a presunção de inocência — afirmou.
Já o presidente do PT em São Paulo e pré-candidato ao governo estadual, Luiz Marinho, afirmou que haverá uma vigília permanente de militantes em São Bernardo do Campo e manifestações em outros Estados para chamar a atenção de Cármen Lúcia.
— É um processo de protesto permanente para chamar a atenção à responsabilidade da presidente do Supremo — declarou. — Exigimos e pedimos que o Supremo seja supremo de fato.
O PT, junto com as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, vai organizar uma vigília, na sexta-feira (6), para acompanhar Lula a partir de sua residência até a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde um ato com o ex-presidente está programado para as 18h.
Após se encontrarem com Lula, seus aliados fizeram questão de dizer que ele estava "tranquilo", "animado como sempre" e que não ficou surpreso com o voto de Rosa Weber – contrário à concessão do hábeas.
— Não surpreendeu, mas foi um voto bastante inusitado — disse Paulo Pimenta, ao destacar que a ministra votou contra sua convicção pessoal acompanhando o entendimento da corte firmado em 2016.