O patrimônio declarado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) triplicou depois eleição de 2014, quando foi derrotado por Dilma Rousseff (PT), segundo o jornal Folha de S.Paulo. Com base em documentos da Receita Federal, a reportagem apontou aumento de R$ 5,5 milhões entre 2015 e 2016. O patrimônio do tucano era de R$ 2,5 milhões e passou para R$ 8 milhões.
O crescimento patrimonial seria resultado de uma operação financeira entre o senador, que detinha cotas em uma rádio, a Arco Íris, e a irmã dele, Andrea Neves. Nas eleições de 2014, Aécio declarou que essas cotas valiam R$ 700 mil. Em setembro de 2016, no entanto, Aécio decidiu vender sua parte para Andrea, que também era sócia na rádio. Ao realizar a operação, o senador declarou que elas valiam R$ 6,6 milhões, quase 10 vezes mais do que um ano antes.
A quebra do sigilo fiscal foi ordenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em uma ação que corre paralelamente ao inquérito que investiga o parlamentar por ter pedido R$ 2 milhões para Joesley Batista, dono da JBS. O advogado de Aécio, Alberto Toron, disse que o valor obtido com a venda foi calculado “com base no critério de valor de mercado”. Ele afirmou ainda que o valor de R$ 700 mil é informado à Receita desde 2010 e que não há nenhuma irregularidade na declaração do Imposto de Renda do senador.