Preso em Curitiba (PR), o ex-ministro Antônio Palocci mostrou insatisfação ao saber que o Supremo Tribunal Federal (STF) pautou o habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes do seu.
— O Supremo criou duas categorias de cidadão: a que impetra um habeas corpus preventivo e fura a fila e a outra de quem está preso há um ano e quatro meses a espera do julgamento do mesmo recurso pelo STF — disse o ex-ministro, na manhã de quinta-feira (22), aos seus advogados, conforme informação do jornal O Globo.
Ainda na quinta, o advogado de Palocci, Alessandro Silverio, apresentou uma nova petição solicitando que a ministra Carmén Lúcia paute o pedido de liberdade do ex-ministro:
"Nada justifica julgar um habeas corpus preventivo, por mais eminente que seja o paciente, em detrimento do presente habeas corpus, o qual foi impetrado muito antes do habeas corpus que V. Exa. optou por julgar na sessão de hoje (quinta), agravando a coação ilegal a que se encontra submetido Antônio Palocci Filho".
O STF adiou para o dia 4 de abril o julgamento do habeas corpus preventivo impetrado pela defesa do ex-presidente. A sobrevida dada ao petista foi votada por todos os 11 magistrados e aceita pelo placar de 6 a 5. A justificativa é de que o Supremo não seguiu com o julgamento do habeas devido à falta de tempo, o que poderia prejudicar o pedido urgente. Com isso, se o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) rejeitar os embargos de declaração no julgamento da próxima segunda-feira (26), em Porto Alegre, o eventual pedido de prisão contra o ex-presidente não poderá ser expedido até que o STF finalize o julgamento do habeas corpus.