Após ser solto da cadeia na sexta-feira (9), o empresário Joesley Batista, um dos donos da J&F — controladora do grupo JBS — não poderá manter contato com o irmão Wesley Batista, que deixou a prisão em 21 de fevereiro. Os dois terão de se adaptar a uma rotina diferente daquela que levavam na carceragem da Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo.
Por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), os empresários estão proibidos de se falar. A medida costuma ser adotada para alvos de um mesmo processo. Os dois são acusados de usar informações privilegiadas de suas próprias delações premiadas na Procuradoria-Geral da República para lucrar no mercado financeiro.
"Ficará proibido de se aproximar ou ter contato com outros réus e testemunhas", decretou o STJ, em fevereiro, quando mandou soltar Wesley.
Joesley e Wesley passaram seis meses confinados na mesma área, sem que suas conversas fossem vedadas. Wesley deixou a prisão em 21 de fevereiro. Em audiência, naquele dia, o empresário disse ao juiz Diego Paes Moreira, da 6.ª Vara Federal, de São Paulo, que acataria as medidas cautelares com total rigor e disciplina.
A decisão que tirou Wesley da cadeia também alcançava Joesley - este, no entanto, não deixou a carceragem da PF, na época, porque havia contra ele aquela outra ordem de prisão, expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta omissão de informações de sua delação.
O juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, 12ª Vara Federal do Distrito Federal, que concedeu a liberdade para Joesley, entendeu que a prisão do empresário ultrapassou o prazo de 120 dias previstos para a conclusão da instrução criminal. Joesley estava preso desde o dia 8 de setembro de 2017. A decisão também beneficiou Ricardo Saud, da J&F.