Em meio aos desdobramentos da Operação Skala, que prendeu amigos do presidente Michel Temer, o vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), afirmou que considera "muito difícil" que a Casa afaste o peemedebista caso ele seja denunciado no inquérito do setor de portos — seria a terceira denúncia contra Temer desde o início do mandato, em maio de 2016.
Em entrevista ao programa Estúdio Gaúcha, na sexta-feira (31), Mansur negou que exista um "complô" contra o presidente, mas afirmou que existe "um movimento para que haja sempre instabilidade" nas instituições brasileiras.
— Acho muito difícil de hoje você ter 342 votos a favor de afastar o presidente Michel Temer. Ele tem uma base política muito consolidada — avalia o vice-líder do governo, em referência aos dois terços de votos necessários na Câmara para afastar o presidente do cargo em caso de denúncia apresentada pela Procuradora Geral da República (PGR).
No ano passado, Temer foi alvo de duas denúncias da PGR — uma por corrupção passiva e a outra por organização criminosa e obstrução da Justiça. Ambas foram rejeitadas pelos deputados federais, e o presidente só poderá ser processado após o término do mandato presidencial.
À Rádio Gaúcha, Mansur disse que conversou com Temer na sexta-feira e relatou que o presidente estava "tranquilo". Para o vice-líder do governo, o peemedebista não está envolvido em irregularidades na edição do decreto dos portos, assinado em 2017.
Apesar do desagaste motivado pela prisão de amigos de Michel Temer, como o advogado José Yunes e o ex-coronel da Polícia Militar João Batista Lima Filho, o deputado do PRB ainda defende que o presidente seja candidato para respaldar o legado do governo.
— Muito dificilmente algum candidato vai defender o legado de Temer. Ganhar eleições ou passar para o segundo turno faz parte do contexto. Defendo que ele continue como candidato — disse.