Diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia afirmou no domingo (11) que não pedirá demissão do cargo após a polêmica envolvendo declarações dele à agência Reuters. Em reportagem com entrevista exclusiva, a agência de notícias publicou na sexta-feira (9) que o delegado havia afirmado que a tendência era de arquivamento pela PF da investigação envolvendo o presidente Michel Temer sobre o Decreto dos Portos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
No sábado (10), a agência reeditou a matéria e trocou o verbo "afirmar" por "indicar". No início do texto reeditado, a agência faz a seguinte ressalva aos leitores: "Esclarece que Segovia disse que até o momento não há indício de crime no caso, indicando, em vez de afirmando, que a tendência é que a PF arquive o caso".
Segovia teria alegado que foi mal interpretado sobre suas declarações. A matéria teve grande repercussão e levou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, a intimar Segovia, na manhã de sábado (10), para prestar esclarecimentos.
Também no sábado (10), entidades de classe se manifestaram, por meio de nota à imprensa, sobre as declarações de Segovia. A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) disse que nenhum dirigente deve se manifestar sobre investigações em andamento.
Temer é suspeito de ter beneficiado por meio de um decreto a empresa Rodrimar, que atua no porto de Santos. O decreto permitiu que fosse ampliado o prazo para atuação da empresa no porto. O presidente nega as acusações.