Responsável pela articulação política do Planalto, o ministro Carlos Marun, afirmou nesta segunda-feira (22) que o governo manterá a indicação da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho, mesmo diante do impasse jurídico que impede a posse. A indefinição já dura quase três semanas. Marun admitiu, no entanto, que "seria mais fácil" se o PTB tivesse indicado outro nome para o cargo.
- Até seria mais fácil, mas não é esse, no momento, o pensamento do governo. Um governo que se propõe a fazer as reformas necessárias não pode em uma questão desta, que também é basilar, optar pelo caminho mais fácil – argumentou.
O nome foi acertado entre o presidente Michel Temer e o presidente do PTB, Roberto Jefferson, que é pai de Cristiane. A nomeação chegou a ser publicada no Diário Oficial, mas uma liminar concedida pela Justiça Federal no Rio de Janeiro suspendeu a posse. Desde então, o governo trava uma batalha jurídica.
Os recursos da Advocacia-Geral da União (AGU) e da própria deputada foram negados no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2). No último final de semana, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou a posse. O evento chegou a ser marcado para a manhã desta segunda. Horas antes, no entanto, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, voltou a suspender a posse. A decisão é temporária, para que, em 48 horas, as partes se manifestem.
De acordo com Marun, a equipe jurídica está elaborando os argumentos que serão apresentados ao STF. Ele disse que o governo "mantém a serenidade", e que o impasse não vai diminuir a mobilização pela aprovação da reforma da Previdência. A referência foi feita porque o comando do ministério foi concedido a Cristiane após a promessa do PTB de que apoiará o projeto no Congresso.
- Se alguém pensa que vai nos desviar do nosso rumo, que é a aprovação da reforma da Previdência, com apresentação de questões como essa, está enganado – ameaçou.
Por fim, Marun disse que, na hipótese da posse ser autorizada pela Justiça depois de quarta-feira (24), no período em que Temer estiver em viagem a Davos, na Suíça, caberá ao presidente em exercício, Rodrigo Maia, decidir sobre a data da posse.