O filme que conta a história de vida do ex-presidente Lula tornou-se alvo das investigações da operação Lava-Jato. A polícia Federal está investigando a participação de empreiteiras no financiamento de Lula, o filho do Brasil que estreou em 2010.
O ex-ministro Antônio Palocci foi chamado para prestar depoimento no último dia 11. Na ocasião, Palocci foi questionado pelo delegado Filipe Hille Pace sobre a relação com a produção do filme. O ex-ministro declarou que “deseja colaborar na elucidação de tais fatos”, mas que naquele momento ficaria em silêncio.
O empreiteiro Marcelo Odebrecht também foi intimado para prestar depoimentos. Ele respondeu a diversas perguntas sobre o caso e esclareceu sobre e-mails extraídos do seu computador que supostamente teriam ligação com o financiamento do filme.
As mensagens, transcritas pelo jornal Estado de S. Paulo, eram endereçadas a outros funcionários da empresa que posteriormente se tornaram delatores da Lava-Jato, como os executivos Alexandrino Alencar e Pedro Novis.
“O italiano (apelido usado pela empreiteira para identificar o ex-ministro Antonio Palocci) me perguntou sobre como anda nosso apoio ao filme de Lula, comentei nossa opinião (com a qual concorda) e disse que AA (Alexandrino Alencar) tinha acertado a mesma com o seminarista, mas adiantei que se tivermos nos comprometido com algo, seria sem aparecer o nosso nome. Parece que ele vai coordenar/apoiar a captação de recursos”, escreveu o empreiteiro.
De acordo com a PF, “Seminarista”, seria uma referência a Gilberto Carvalho, ex-ministro-chefe da secretaria-geral da Presidência (2011/2015/Governo Dilma).
Além da Odebrecht, participaram do financiamento do filme as empreiteiras OAS e Camargo e Côrrea. O custo do filme foi de R$12 milhões.