Disputando espaço entre os partidos da base de sustentação a José Ivo Sartori e a oposição, pelo menos 12 pequenas legendas buscam alguma forma de protagonismo na eleição ao governo do Estado em 2018. Dez dessas agremiações (PR, PRB, PHS, PSC, Pros, PPS, DEM, PV, SD e PTN) têm mantido reuniões conjuntas, capitaneadas pelo presidente do PR, deputado federal Giovani Cherini.
O objetivo primordial é montar uma aliança na eleição proporcional que garanta o maior número possível de cadeiras na Assembleia Legislativa e na Câmara. Esses partidos, porém, são alvo da cobiça das legendas que têm candidatos ao Piratini por conta do tempo de propaganda de que dispõem no rádio e na TV.
– Estamos conversando com todo mundo. Assim como os grandes partidos querem o nosso tempo de TV, nós queremos uma nominata proporcional forte – admite Cherini, que estima em um minuto e 30 segundos o tempo de propaganda do PR nas eleições de 2018.
Por enquanto, quem mais se aproximou do grupo é o PTB, cujo pré-candidato é o secretário de Segurança de Canoas, delegado Ranolfo Vieira Júnior. Além de participar da discussão sobre uma aliança na disputa para o Legislativo, o PTB quer se manter próximo desse consórcio partidário para a eventualidade de não conseguir fechar coligação com PP e PSDB para a corrida ao governo do Estado, e assim manter viável a candidatura de Ranolfo.
Também é ambição dos petebistas ter o ex-prefeito da Capital José Fortunati na chapa ao Senado, desde que seja por outro partido, para facilitar a costura de alianças. Fortunati tem conversado com o PR e deve decidir seu destino somente em fevereiro.
Outras duas pequenas legendas têm pretensões maiores e individuais. O Novo irá concorrer com chapa pura.
Ex-presidente do Banrisul no governo Yeda Crusius, Mateus Bandeira será candidato a governador com uma plataforma de defesa do liberalismo, das privatizações e da redução do tamanho do Estado. Bandeira diz que não irá fazer negação da política, mas mostrar aos eleitores que é preciso tornar os serviços públicos mais eficientes.
– Vamos falar a verdade. Ninguém nunca conseguiu privatizar nada no Rio Grande do Sul porque nenhum candidato teve coragem de fazer campanha dizendo que iria privatizar. Queremos dar um choque de capitalismo no Estado – afirma.
No DEM, o deputado federal Onyx Lorenzoni postula o Piratini, mas também precisa de apoio para colocar em pé a candidatura. Até agora, teve somente a promessa de apoio incondicional do PEN (futuro Patriota), sigla pela qual Jair Bolsonaro (PSC) cogita disputar a Presidência da República. Bolsonaro, contudo, brigou com o partido, cujo diretório no Rio Grande do Sul já vivia disputa interna por poder.
Onyx encomendou uma série de pesquisas de intenção de voto e pretende discutir o resultado do primeiro levantamento em reunião da sigla marcada para a segunda quinzena de janeiro. Também quer aguardar a convenção nacional do DEM, em 6 de fevereiro, para observar o que será decidido para a eleição de 2018.
– O partido quer que eu concorra e quero ser candidato. Mas estamos todos reféns do cenário nacional. Vou ver o que o DEM vai fazer e, em março, avaliar as três pesquisas que encomendamos. Todo mundo vem perguntar se vou concorrer, mas não é para me apoiar, é para saber para que lado vou – conta Onyx.