O vice-líder do governo, Darcísio Perondi (PMDB-RS), disse nesta quarta-feira (8) que deve ser apresentada uma emenda para fazer alterações no texto da reforma da Previdência. A proposta foi discutida em comissão especial e aguarda votação no plenário da Câmara. A declaração foi dada após reunião, no Palácio do Planalto, em Brasília, com o presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o relator da reforma da Previdência na Câmara, Arthur Maia, o secretário de previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, e o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), que presidiu a comissão especial que analisou o tema.
As alterações no texto ainda serão discutidas em novas reuniões e negociadas com líderes dos partidos da base aliada. Outra reunião entre integrantes do governo e deputados deve ocorrer na noite desta quarta-feira, no Palácio do Planalto. A previsão é de que eles se encontrem também na quinta-feira(9), de acordo com Perondi.
— Em 48 horas haverá uma proposta mais clara da reforma da Previdência, mais justa e mais palatável. Haverá uma emenda substitutiva. A proposta ficará melhor, mais acessível, mas não se fechou — disse o vice-líder, acrescentando que a emenda será feita pelo relator Arthur Maia.
Dentre os pontos da reforma, Perondi disse que há relativo consenso sobre a idade mínima para aposentadoria aprovada no relatório — 65 anos para homens e 62 anos para mulheres — e que será mantido no texto aquilo que foi aprovado em relação a corte de privilégios do serviço público. Sobre o tempo de contribuição, o vice-líder disse que o tema será discutido pelos deputados.
Perondi admite que há dificuldades para aprovação do que ele diz ser "a mãe de todas as reformas" e que é preciso ainda organizar a base aliada para uma votação:
— Tem de organizar um pouco mais a base. Tem alguns líderes que precisam ser mais trabalhadores. Alguns líderes que estão descontentes.
Perguntado sobre a opinião da equipe econômica do governo sobre a possibilidade de alterações na reforma, Perondi respondeu que "o ótimo é inimigo do bom".
— Se você quer o ótimo e briga até o fim pelo ótimo, pode ficar sem nada. E sem nada é tragédia para todos nós — salientou Perondi.