A manhã desta segunda-feira foi marcada por protesto de professores em frente a Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) em vários pontos do Estado. Os professores fizeram piquetes para impedir o início das transferências de alunos de escolas estaduais em greve para outras instituições.
Em Porto Alegre, 25 professores se sentaram em frente à porta que dá acesso à Secretaria de Educação do Estado, onde fica a 1ª CRE. Outro grupo ingressou no prédio. Por volta das 8h30min, agentes da Brigada Militar chegaram ao local e impediram que novos manifestantes se aproximassem do acesso à secretaria.
Vários pais de alunos foram até o Centro Administrativo nesta manhã para encaminhar a transferência de escola dos filhos, mas a maioria não obteve êxito. A vendedora Alessandra Becker Ribeiro chegou ao local por volta das 10h30min acompanhada da filha, que estuda em uma escola paralisada há mais de um mês na zona norte de Porto Alegre, e não conseguiu realizar a transferência.
— Eu cheguei aqui e estou sendo barrada. Não estou conseguindo uma vaga para ela em outra escola para que ela não perca o ano letivo. Ela está há quase 45 dias sem aula — disse.
Outros pais também ligaram para a 1ª Coordenadoria Regional de Educação, mas, quando chegaram ao prédio, foram impedidos de entrar.
O governo do Estado deve divulgar somente à tarde o número de coordenadorias afetadas. Uma coletiva de imprensa foi marcada pelo Piratini para dar mais detalhes sobre o tema. O Cpers informou que foram registrados bloqueios em Santa Maria, Santa Cruz do Sul, Canoas, Santo Ângelo, Bagé, Pelotas, Cruz Alta, Osório, Caxias do Sul, Cachoeira do Sul, Gravataí, São Borja, Palmeira das Missões, Frederico Westphalen, Porto Alegre, São Luiz Gonzaga, Santa Rosa, São Leopoldo, Rio Grande, Guaíba, Santana do Livramento e Três Passos.
A medida de transferência de alunos foi anunciada na última quinta-feira (19), com o objetivo de atender, principalmente, estudantes no 9º ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio. A orientação do governo era de que os pais de alunos em escolas afetadas pela greve procurassem as CREs para verificarem a disponibilidade de transferência dos alunos.