O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, atendeu um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e prorrogou por mais cinco dias a permanência do corretor Lúcio Bolonha Funaro na carceragem da Polícia Federal (PF). A decisão foi tomada na quinta-feira (13), e prevê que o corretor, apontado como operador financeiro do PMDB da Câmara dos Deputados, fique na PF até a próxima quarta-feira (19).
Preso na Operação Sépsis, em julho de 2016, Funaro foi transferido para a PF, antes estava detido no Complexo da Papuda, para poder preparar os anexos da proposta de delação que negocia com a Procuradoria-Geral da República.
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Os principais alvos do acordo são o presidente Michel Temer, os ex-ministros Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves, além do ex-deputado Eduardo Cunha, todos do PMDB. Outro alvo será o ministro Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência.
Desde a revelação do acordo de colaboração dos executivos da JBS, na qual Funaro foi apontado pelo empresário Joesley Batista como operador financeiro do PMDB da Câmara, grupo político de Temer, o corretor voltou a negociar uma delação. Antes, havia interrompido as conversas com os investigadores por causa dos pagamentos que recebia do grupo J&F.
Nas últimas semanas, enquanto participava das audiências do processo da Operação Sépsis, na Justiça Federal de Brasília, Funaro vinha escrevendo em um computador e um caderno espiral os resumos do que entregará no acordo de colaboração. Além de detalhar sua atuação para o PMDB da Câmara, o futuro delator promete explicar sua relação com o presidente.