Aécio Neves (PSDB-MG), deve retomar o mandato no Senado nesta terça-feira (4). A expectativa é de que o parlamentar faça um discurso em sua defesa no plenário da Casa após as suspeitas provocadas pela delação da JBS. Conforme o jornal Valor Econômico, Aécio ainda avalia o tom a ser adotado no pronunciamento.
O senador foi afastado do mandato por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, em 18 de maio, após pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Em uma gravação, Aécio pede R$ 2 milhões ao dono da JBS, Joesley Batista, alegando que os recursos seriam utilizados para custear a defesa na Lava-Jato. A conversa entre o parlamentar e o empresário baseou denúncia contra o senador no STF por corrupção e obstrução da Justiça.
Na sexta-feira (30), no entanto, o ministro Marco Aurélio Mello determinou o restabelecimento da situação jurídico-parlamentar de Aécio. O magistrado também negou um pedido de prisão contra o senador.
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Enquanto reassume o mandato no Senado, Aécio também deverá definir a situação no PSDB. O tucano é presidente licenciado do partido e pode reassumir o comando na sigla.
Conforme um dirigente tucano ouvido pelo Valor, Aécio poderá sinalizar se volta ao comando do PSDB durante um almoço, nesta terça-feira, no gabinete do senador Tasso Jereissati (CE), que ocupa a presidência do partido de forma interina. Entretanto, a reunião poderia não ocorrer após a morte de um cunhado de Tasso, Edson Queiroz, em Fortaleza.
Aécio preside o PSDB desde 2013. O mandato do senador à frente da sigla termina em maio de 2018. No entanto, ele é pressionado por tucanos como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e pelo prefeito da capital paulista, João Doria, pela antecipação da eleição interna.