A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta terça-feira (6), Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ex-ministro do Turismo nos governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) e ex-presidente da Câmara dos Deputados. As informações são da Folha de S. Paulo.
Expedido pela Justiça Federal do Rio Grande do Norte, o mandado de prisão é um desdobramento das delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht. Também há um mandado de prisão contra o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que já está preso no Paraná.
Leia mais:
De 11 mandatos na Câmara à prisão na Lava-Jato: quem é Henrique Alves
Temer monta estratégia política e jurídica para tentar resistir ao TSE
PF encaminha interrogatório a Temer após delação da JBS
Do núcleo de confiança de Temer, Henrique Eduardo Alves pediu demissão em junho do ano passado, após ser citado no acordo de delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
A operação deflagrada pela PF nesta terça-feira foi chamada de Manus – uma referência ao provérbio latino "Manus Manum Fricat, Et Manus Manus Lavat", que significa "uma mão esfrega a outra; uma mão lava a outra". A ação apura atos de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
Operação cumpre outros quatro mandados de prisão
Além da detenção do ex-ministro, a PF ainda cumpre outros quatro mandados de prisão preventiva, seis de condução coercitiva e 22 de busca e apreensão no Rio Grande do Norte e no Paraná. A investigação teve início após a análise de provas coletadas na Lava-Jato que apontaram o pedido e o recebimento de vantagens indevidas por Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha na construção da Arena das Dunas, o estádio da Copa do Mundo em Natal.
Segundo a investigação, houve sobrepreço de R$ 77 milhões nas obras, que favoreceram duas grandes construtoras. Foram identificados valores recebidos como doação eleitoral oficial, entre os anos de 2012 e 2014, que seriam, na realidade, pagamento de propina.