Destaque como treinador da Seleção Brasileira de vôlei, o técnico Bernardinho decidiu largar as quadras para aproveitar mais tempo com a família. Em entrevista ao programa Timeline Gaúcha, na manhã desta quinta-feira (8), ele falou sobre a decisão de deixar o comando da equipe masculina para se dedicar a outros projetos.
Com opiniões contundentes sobre a política no Brasil, Bernardinho confirmou que foi convidado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardozo e por Aécio Neves para concorrer ao governo do Rio de Janeiro, em 2014, pelo PSDB, mas que reclinou da proposta. Hoje filiado ao Partido Novo, ele disse que a chance de disputar um cargo público é "zero".
– Você não concorre hoje sem alianças. E não vou fazer aliança com pessoas que não compartilho valores.
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Confira os principais trechos da entrevista:
A saída da Seleção Brasileira
"Depois de 24 anos em seleções, não tinha tempo para fazer mais nada. Família é muito importante e eu não dei a atenção devida em muitos momentos. Era hora de abrir espaços e buscar novas lideranças. (...) Em 20 anos, eu fui em um ou dois compromissos da minha filha mais velha e nenhum da mais nova. Estão cobrando a minha presença."
Interesse na política nacional
"Nunca tive participação política. Mas, com a idade e experiência a gente reflete. Pessoas conscientes precisam entender que a política faz parte do país. Não dá para se afastar e dizer que não tem nada a ver com isso. (...) As pessoas, se estão caindo é porque fizeram errado. Todos nós, de alguma maneira, fomos enganados. A questão é se vamos nos abster e permitir que siga sendo assim. Ou vamos assumir a responsabilidade de eleger pessoas e projetos que nos representem."
Candidatura ao governo do Rio de Janeiro
"Eu acompanho noticiários. Mas nunca falei sobre isso. Não dei uma palavra. Começaram a divulgar, mas eu nunca me declarei. Até 2016 tínhamos uma Olimpíada, um foco. Claro que não iria deixar de apoiar ideias que concordo.(...) Quando surgem nomes e fazem pesquisa, eu me assusto. Algumas mandam em tom de brincadeira outras em tom assustado. Os amigos têm receio desse mundo complicado. A impressão é que você trabalha em uma carvoaria. Você entra de branco, mas como consegue sair de branco de lá?"
O convite para disputar eleições
"Eles (o PSDB) tinham na época o Aécio como candidato do ex-presidente Fernando Henrique. Me convidaram para uma reunião para sair candidato a governo do Rio de Janeiro em 2014. Eu disse que não tinha intenção. Eles disseram, mas pensa bem, tem um ano ainda. Para você poder se candidatar tem que ter um ano de filiado. Então eu assinei a ficha. Não porque me tornei do PSDB, mas para ter a chance no ponto de vista legal para me candidatar em 2014. Depois, fui a eles e disse que não me candidataria. Um tempo depois, conheci o Partido Novo, me encantei com as pessoas e as ideias."
Críticas por posicionamentos políticos
"A internet e um campo para pesquisar, mas é um campo onde covardes se escondem. Se eu for ficar preocupado com isso. Fui muito criticado. Quando convoquei meu filho fui massacrado. Hoje ninguém diz que eu fiz certo. Faz parte do processo e não estou preocupado com isso."
Possibilidade de candidatura
"Chance zero de concorrer. Você não concorre hoje sem alianças. E não vou fazer aliança com pessoas que não compartilho valores."