Ministro da Ciência e Tecnologia no governo Dilma Rousseff, o deputado Celso Pansera (RJ) articula com outros parlamentares do PMDB o lançamento de um manifesto pela saída de Michel Temer da Presidência e pela convocação de eleições diretas. É a primeira reação contrária a Temer dentro do PMDB, desde a revelação de que o presidente foi gravado pelo empresário Joesley Batista.
– Se confirmado o teor da delação da JBS, com a divulgação da gravação na qual Temer teria autorizado a compra do silêncio de Eduardo Cunha, a única saída será eleger um novo presidente pelo voto direto – afirma Pansera.
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Nesta quinta-feira (17), o deputado iniciou a conversa com os colegas de partidos. Ele esteve com Rodrigo Pacheco (MG), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que colocou a PEC das eleições diretas, de autoria de Miro Teixeira (Rede-RJ), como primeiro item da sessão de terça-feira. Pansera também centra a articulação em nomes que se posicionaram contra o impeachment de Dilma Rousseff, como os senadores Roberto Requião (PR) e Kátia Abreu (TO).
De um grupo minoritário na bancada do PMDB na Câmara, o deputado, que já foi próximo de Eduardo Cunha, costura apoio de outros partidos da base, já que a oposição (PT-PDT-PCdoB-Rede-PSOL) defende a aprovação da PEC das diretas.
– O plenário que elegeu Eduardo Cunha e que aprovou o impeachment, com dezenas de nomes na Lava-Jato, não tem condições de escolher um presidente da República – afirma o deputado Henrique Fontana (PT-RS).