Na véspera de uma visita ao Rio Grande do Sul, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu, em entrevista à Rádio Guaíba, que será candidato em 2018. Lula afirmou haver apenas um "plano A", que seria a sua candidatura – líderes petistas vinham cogitando um plano B para o cargo devido às recentes acusações feitas por delatores da Lava-Jato.
– Se eu tinha alguma dúvida, hoje posso dizer: eu quero ser presidente da- República – disse, de forma pausada e marcada.
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O ex-presidente disse que tem condições de tirar o país da crise e fazer a economia voltar a crescer:
– Se tem uma coisa que eu entendo bem, é a alma do brasileiro, de recuperar autoestima do povo. Quero ser candidato porque já provei que é possível consertar esse país.
Lula participa, na tarde de sábado, ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff, de um ato em defesa do Polo Naval de Rio Grande, no sul do Estado. Para o líder petista, a região foi deixada de lado pelo governo do presidente Michel Temer.
O ex-presidente se disse tranquilo em relação às acusações da Lava-Jato e a seu depoimento, marcado para o dia 10, em Curitiba, pelo juiz Sergio Moro.
– Tenho a convicção e a certeza de que sairei desse processo inocentado, porque sou acusado de uma série de mentiras – afirmou.
Sobre as manifestações desta sexta-feira, contra as reformas trabalhista e da Previdência, disse que "essa gente (referindo-se ao governo atual) quer voltar ao tempo da escravidão, antes de Getúlio Vargas".
O ex-presidente também disse não ter medo de que o ex-ministro Antonio Palocci faça um acordo de colaboração premiada:
– Tenho certeza absoluta de que o Palocci não vai fazer delação. Mas, se fizer, irá prejudicar muita gente, menos eu.
Perguntado sobre a conduta de Michel Temer durante o processo de impeachment, afirmou que o atual presidente não deveria "rasgar a biografia como constitucionalista":
– Se Temer tivesse me ouvido, não tinha dado o golpe.