Apesar da pressão do governo, partidos da base aliada resistem em fechar questão a favor da Reforma da Previdência. Por enquanto, apenas lideranças do PMDB e PP afirmaram que devem adotar a medida para garantir os votos necessários para aprovar a proposta na Câmara. O jornal O Estado de S. Paulo ouviu líderes e dirigentes de 15 partidos da base, que somam quase 400 deputados.
Até mesmo aliados de primeira ordem, como o PSDB e o DEM, declararam não estar dispostos a obrigar suas bancadas a votar fechada com a proposta. Essa também é a posição do PSD, PR, PTB e PV. Já integrantes do PRB, PPS, PTN e PSC disseram que ainda iriam discutir o assunto, em reuniões que devem acontecer nas próximas semanas, mas a sinalização inicial é de que não devem impor um posicionamento às bancadas.
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Apesar de serem da base, PSB, SD e PROS devem votar contra. No jargão político, o termo "fechar questão" é usado quando a legenda adota posição única sobre como cada um deve votar. O parlamentar que desrespeitar a ordem corre o risco de punição.
Diante dos vários sinais de rebelião no Congresso, o Palácio do Planalto escalou os ministros para pressionarem os deputados dos seus partidos a votarem a favor da reforma, sob o risco de perderem seus cargos no governo.
Aliados que votarem contra podem perder cargos
O presidente Michel Temer disse ontem que "vai avaliar" se os parlamentares dos partidos da base aliada que votarem contra a reforma poderão perder seus cargos. A declaração foi feita por ele depois de um evento no Itamaraty de comemoração ao dia do diplomata.
Questionado se a base pode perder cargos, se votar contra, Temer respondeu:
– Espero que não.
Diante da insistência de repórteres, ele disse:
– Isso não sei. Nós vamos examinar no futuro.
Temer também minimizou traição de partidos como PSB e PRB na votação nesta semana da urgência da reforma trabalhista na terça-feira.