Em entrevista a Rádio Gaúcha na manhã desta quinta-feira, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que a tentativa do senador Romero Jucá (PMDB-RR) de aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 03/2017, que propõe blindar os membros da linha sucessória da presidência da República, é "a mais grave ação de autodefesa do sistema político".
– O plano original era que a PEC tramitasse em segredo, fosse aprovada em segredo, sem a repercussão devida. O plano foi frustrado – declarou.
A Constituição determina que o presidente da República não pode ser investigado por atos anteriores ao mandato. Na PEC proposta por Jucá – que deixou o cargo de ministro no governo Temer uma semana e meia após ser nomeado, em 24 de maio de 2016, depois de divulgação de gravação em que o senador sugere pacto para "barrar" a Lava-Jato –, a proteção é ampliada para todos os ocupantes da linha sucessória. No total, 29 senadores de nove partidos manifestaram apoio para o trâmite da PEC no Senado, todos da base do governo. Eram necessárias 27 assinaturas.
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De acordo com Randolfe, existem vários movimentos de em curso no Senado para tentar blindar políticos das ações da Operação Lava-Jato.
– A eleição do senador Edson Lobão para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) é uma ação do sistema político de autoblindagem. O senador é investigado na Lava-Jato, mas é ele quem vai conduzir a sabatina do futuro procurador-geral da República e do próximo ministro do STF. As ações para tentar desvirtuar no Congresso as 10 medidas de combate à corrupção, a tentativa de aprovar o projeto de abuso de poder. Obviamente há uma ação coordenada do sistema político de autodefesa, de autopreservação.