O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, mantém um duro discurso sobre a renegociação da dívida dos Estados com a União. Questionado nesta sexta-feira sobre o programa de recuperação fiscal, o líder da equipe econômica do presidente Michel Temer disse que está preocupado em atender aos pedidos dos governadores, mas não quer transferir o problema financeiro para a União.
– Nós estamos, como todos, muito preocupados com a situação emergencial dos
Estados, mas é importante não transferirmos implicitamente o problema da dívida dos Estados para a União. A União não criou o problema dos Estados – afirmou Meirelles.
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Vetada pelo presidente Temer, a suspensão da cobrança da dívida por três anos dos Estados em crise deverá ser apresentada novamente ao Congresso. O texto, que poderia beneficiar o Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais, tratará exclusivamente deste socorro financeiro, e exigirá contrapartidas dos governadores.
Uma nova proposta será enviada porque, na votação do projeto original, a Câmara retirou a exigência de medidas de austeridade fiscal.
Meirelles evitou estipular um prazo para a ajuda federal. Ele também reiterou o discurso da Secretaria do Tesouro Nacional, de que não existe um instrumento jurídico que permita o prolongamento da suspensão da dívida antes da aprovação de um projeto de lei.
– Temos que fazer o trabalho bem-feito, e o mais rápido possível será anunciado – prometeu o ministro.