O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu, na noite de quarta-feira, aos procuradores da República que mantenham a serenidade e a resiliência ante o "revanchismo" de determinadas estruturas de poder que se insurgem contra o Ministério Público por causa da Operação Lava-Jato.
"A hora é grave e decisiva para o nosso futuro. A Lava-Jato é fato que se impõe a todos. Prosseguir é, sobretudo, um dever institucional. Exercer o munus (obrigação) de conduzir uma investigação de combate à corrupção de tamanha magnitude requer serenidade, profissionalismo e, acima de tudo, resiliência", escreveu.
Janot se dirigiu aos procuradores por meio de uma mensagem enviada pelo sistema de comunicação interno, por ocasião do Dia Nacional do Ministério Público, comemorado na quarta-feira.
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O procurador-geral da República escreveu que o prosseguimento da Lava-Jato, classificada por ele como "a maior e mais complexa investigação criminal que se tem conhecimento", faz com que muitas forças se levantem "contra o Ministério Público nesse momento, não por seus eventuais erros, mas pelo acerto de seu trabalho".
– As ameaças de retaliação e o revanchismo não podem nos desviar do caminho reto que é o cumprimento do dever. Somos forjados na luta diária contra injustiças de toda ordem. É preciso coragem para agir, apesar dos desígnios contrários à nossa atuação institucional – acrescentou Janot.