O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, vai arrolar como suas testemunhas de defesa os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e José Sarney (PMDB) na ação criminal da Lava-Jato aberta contra ele por lavagem de dinheiro. A informação foi divulgada pela assessoria de Okamotto.
Além dele, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a mulher do petista, Marisa Letícia, o empreiteiro Léo Pinheiro e outros quatro investigados são réus na mesma ação.
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A decisão de chamar FHC e Sarney como testemunhas foi tomada pela defesa de Okamotto.
Nesta ação, o presidente do Instituto Lula é acusado de lavagem de dinheiro no episódio envolvendo o pagamento à OAS do aluguel de um espaço para abrigar os presentes recebidos pelo petista durante seu mandato na Presidência, após ele deixar o Planalto.
Entre 2011 e 2015 a OAS gastou R$ 1,3 milhão com o aluguel de um galpão da empresa Granero para guardar os bens a que Lula se refere como "tralhas".
O próprio Okamotto admitiu ter procurado a empreiteira para ajudar no estoque dos brindes. Para a Lava-Jato, esse valor seria parte da propina da empresa que teria beneficiado o ex-presidente Lula no esquema de corrupção na Petrobras, além da compra e reforma no triplex no Guarujá que a investigação atribui ao petista e que custaram R$ 2,4 milhões.
Além dos ex-presidentes como testemunhas, a defesa de Okamotto divulgou por meio de nota que vai utilizar todo o índice e imagens do acervo de Lula. "São milhares de camisas, bonés, esculturas populares, livros e cartas que provam que se trata material que só tem valor histórico e cultural. Não houve vantagem alguma, ainda mais ilícita. Como testemunhas serão arrolados os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e José Sarney. Será apresentada uma exceção de suspeição do juiz Sergio Moro e de incompetência", afirma o advogado.
A assessoria de FHC informou que ele não iria comentar o caso. A reportagem entrou em contato com a assessoria de Sarney, mas o ex-presidente ainda não se posicionou sobre o caso.
*Estadão Conteúdo