A renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara dos Deputados remete a um caso semelhante ocorrido em 2005 com o então deputado e presidente da Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE). Há 11 anos, Severino renunciava ao cargo e ao mandato de parlamentar após denúncias de propina.
À época, o deputado pernambucano estava sendo acusado de cobrar R$ 10 mil por mês do dono de um restaurante da Câmara para renovar a concessão do estabelecimento. O esquema ficou conhecido como “mensalinho”. As denúncias foram confirmadas pelo empresário envolvido, Sebastião Buani, e pelo ex-gerente da lanchonete.
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Pressionado por partidos e pela opinião pública após reportagens publicadas na imprensa, Severino decidiu renunciar à presidência. Com medo de ter o mandato cassado e no intuito de disputar as eleições de 2006, também renunciou às atividades de parlamentar. No ano seguinte, tentou voltar à Câmara, mas não se elegeu. Em 2008, foi eleito prefeito de João Alfredo (PE), sua cidade natal.
Aécio Neves (PSDB-MG) também já renunciou ao cargo de presidente da Câmara. Foi em 2002, depois de ter sido eleito governador de Minas, motivo pelo qual alegou ter deixado o posto. Já Michel Temer (PMDB-SP), atual presidente interino da República, abdicou da função após a eleição como vice da presidente afastada Dilma Rousseff, em 2010.
*Zero Hora