O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), entrou nesta quinta-feira com um pedido para que possa apresentar sua defesa antes que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida sobre seu pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Para Janot, o afastamento de Cunha do mandato de deputado não foi o suficiente para ele parar de interferir no andamento das investigações que pesam contra ele na Operação Lava-Jato e no Conselho de Ética da Câmara, que analisa sua cassação.
No pedido, a defesa de Cunha alega que não há motivos para a prisão do peemedebista e diz que são "disparatadas as alegações de que esteja exercendo qualquer tipo de influência indevida no âmbito da Câmara dos Deputados".
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"O requerente (Cunha) realmente não quer crer que certas alegações surrealistas e risíveis publicadas na imprensa fundamentaram o requerimento da PGR, como as de que possa ter influenciado remotamente a atuação do Conselho de Ética utilizando-se de parlamentares e de outras pessoas, como se estas não possuíssem vontades e interesses próprios - afirmações estas que servem a interesses que certamente não são os do ora requerente", diz o texto.
O pedido de prisão vai ser analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no Supremo. O mais provável é que ele decida o caso monocraticamente e leve o seu entendimento para ser referendado pelos demais ministros em plenário.
No início de maio, o Supremo decidiu, por unanimidade, afastar Cunha do seu mandato de deputado e, consequentemente, da presidência da Câmara. Ele já é réu na Lava-Jato, além de ser alvo de uma denúncia e de pelo menos outros quatro processos que apuram tanto a sua ligação com o esquema de corrupção da Petrobras quanto ao seu papel no grupo que teria atuado para desviar receitas de Furnas.