O afastamento da presidente Dilma Rousseff repercutiu entre os senadores da oposição. O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse nesta quinta que o presidente interino Michel Temer, que ocupará a presidência durante o afastamento de Dilma, terá que se colocar à altura das expectativas e desafios do país. O mineiro afirmou que Temer terá que mostrar para a população que vai fazer um governo "enxuto" e que deve apresentar suas propostas de forma clara ao Congresso Nacional "já hoje, no máximo amanhã".
– Ele [Temer] terá uma grande chance, mas não pode errar – acrescentou.
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Segundo Aécio, o PSDB vai apoiar Temer em torno de uma agenda já apresentada ao presidente interino. De acordo com o senador, ao assumir o cargo, Temer já terá que sinalizar qual será a marca do seu governo.
– Eu tenho dito ao vice-presidente que a contribuição que o PSDB vier a dar (ao seu governo) é a de ajudá-lo a aprovar reformas estruturantes como as reformas trabalhista, tributária e do estado – declarou.
Até 2018
O senador Aécio Neves disse, ainda, acreditar que o resultado da votação no Senado e na Câmara dos Deputados, em que mais de dois terços dos parlamentares votaram contra Dilma, deixa Temer confortável para iniciar o governo interino.
– Ele não pode, agora nessa interinidade, assistir o desenrolar desse processo, mas (deve) se portar como presidente que vai cumprir até o final de 2018 esse mandato – comentou.
Já o líder do DEM no senado, Ronaldo Caiado (GO), disse nesta quinta que Temer precisa mostrar para a população que está disposto a "cortar na carne". Segundo Caiado, a votação no Senado pelo afastamento de Dilma mostra que a Casa refletiu o "sentimento da população brasileira" aumentando agora a responsabilidade do novo presidente.
– Antes de cobrar da população, ele terá que fazer sua tarefa de casa de cortar na carne, cortar ministérios, mordomias, funcionários – defendeu.
Caiado opinou que Temer terá que falar à população brasileira e defender uma pauta "construída nas ruas."
– Os partidos políticos não foram os alavancadores desse processo (de afastamento de Dilma), mas forçados a tomar uma decisão que foi levantada pela população brasileira.