Autoridades lamentaram a morte do candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), ocorrida em acidente áreo nesta quarta-feira (13). Em entrevista à Rádio Gaúcha, o deputado federal e candidato ao Senado, Beto Albuquerque, que também é o político gaúcho mais próximo de Campos, lamentou a morte do companheiro de partido e, emocionado, disse que desde 2009, quando perdeu o filho, não sentia tristeza tão grande:
“É uma tristeza muito grande o que a gente sente nesta hora de perder um jovem tão promissor, com tantos compromissos com o Brasil. Que Deus abençoe a família do Eduardo e que estão tão tristes quanto eu e a minha família”, lamenta.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, se disse consternado.
"Ele era jovem, tinha uma vida promissora", afirmou. Mello relatou que adiou a saída de casa para um compromisso na noite passada para assistir à entrevista de Eduardo Campos no Jornal Nacional. O ex-presidente do TSE avaliou que Campos tinha uma carreira política promissora.
"(Eduardo Campos) poderia até não vencer as eleições agora em 2014, mas seria um forte candidato para 2018", disse o ministro.
Vice-governador Beto Grill
O vice-governador do Estado, Beto Grill (PSB), disse que viu o candidato à Presidência, Eduardo Campos, quando ele esteve no Rio Grande do Sul, há duas semanas. Grill acredita que viajou com Campos no mesmo avião que se acidentou nesta quarta-feira.
"Me vejo agora envolvido de maneira ainda mais próxima. A última vez em que estive com ele provavelmente foi dentro dessa aeronave, utilizada na viagem a Pelotas e Rio Grande", relatou.
Assembleia Legislativa
O deputado Heitor Schuch (PSB) destacou a simplicidade e o carisma de Eduardo Campos e afirmou estar sem palavras para definir o sentimento com a morte de Campos. "Estamos todos muito tristes, consternados. Quero prestar a minha solidariedade à família, aos correligionários do partido, aos militantes, a todos os que acreditavam na sua candidatura e na sua proposta", afirmou.
Emocionado, o deputado Miki Breier (PSB) disse estar muito triste com a perda do companheiro de partido. "É algo muito triste não só para o nosso partido, mas para a política brasileira", disse o deputado.
O presidente da Assembleia Legislativa, Gilmar Sossela (PDT), também lamentou a morte a morte de Eduardo Campos. "Campos causava uma impressão fantástica como pessoa e como governador. Deixa uma lacuna no debate eleitoral que estava se encaminhando", afirmou.
Sossella assina a nota oficial da Assembleia a respeito da morte de Campos:
"A Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, por meio de sua Mesa Diretora, manifesta seu profundo pesar pela trágica morte do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, candidato à Presidência da República pelo PSB, e pelas demais vítimas do gravíssimo acidente aéreo ocorrido há poucas horas, em Santos. Nossos sentimentos, em especial, às famílias e à bancada socialista no Parlamento Gaúcho. Que Deus, na sua infinita sabedoria, possa nos consolar a todos".
Câmara dos Deputados
Conterrâneo de Campos, o deputado federal Gonzaga Patriota (PSB/PE), disse estar muito abalado com a notícia da morte do candidato à Presidência pelo PSB. "Nunca ninguém poderia imaginar uma coisa dessas. Pernambuco vinha sonhando com a candidatura de Eduardo Campos. No momento não tenho muitas palavras, estou abalado emocionalmente", relatou.
Morte de Campos
O candidato à presidência da República Eduardo Campos, 49 anos, morreu em acidente aéreo na manhã desta quarta-feira (13), em Santos, no litoral de São Paulo. O jato particular onde o político estava caiu sobre uma área residencial e atingiu três casas. Outras seis pessoas morreram na tragédia.
De acordo com a Aeronáutica, a aeronave havia decolado do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao Aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com o jato.
Nascido em Recife, em 10 de agosto de 1965, Eduardo Henrique Accioly Campos era economista. Em sua trajetória, foi secretário estadual, deputado federal, ministro da Ciência e Tecnologia e governador de Pernambuco por dois mandatos. Em abril deste ano, renunciou ao cargo para concorrer à Presidência, um ano após o seu partido, o PSB, romper com o governo Dilma.
Eduardo Campos era candidato pela coligação Unidos Pelo Brasil, que congregava seis partidos, tendo como vice a ex-senadora Marina Silva. Nas pesquisas, aparecia em terceiro lugar na disputa pelo Palácio do Planalto.
Campos era casado com a economista e auditora do Tribunal de Contas do Estado Renata Campos, com quem teve quatro filhos.