Gustavo Quinteros é nascido em uma terra de onde saíram alguns dos principais nomes da história do futebol argentino. Natural da província de Santa Fe, onde está a cidade de Rosario, dos craques Lionel Messi e Ángel Di María, o novo treinador do Grêmio deu seus primeiros passos no futebol na base do Newell's Old Boys. Não chegou a brilhar na Argentina.
Seu país futebolístico acabou sendo a Bolívia, onde chegou aos 23 anos para defender o Universitario de Sucre, se naturalizou e chegou a disputar a Copa do Mundo de 1994, a única na história com presença boliviana.
A Bolívia marcou para Quinteros uma reviravolta em sua carreira. Meia ofensivo nos primeiros passos no futebol, ele virou zagueiro em terras bolivianas.
— Estavámos sem zagueiros no elenco e o treinador teve a ideia de me recuar porque era bom no jogo aéreo — contou em entrevista ao canal argentino TyC Sports.
Foi como defensor que fez parte do time que conseguiu a inédita classificação para a Copa do Mundo com direito a impor a primeira derrota ao Brasil em Eliminatórias. Nos Estados Unidos, Quinteros disputou duas partidas, a derrota de 1 a 0 para a Alemanha e o empate sem gols com a Coreia do Sul.
Curiosamente, sua ida para a Bolívia se deu porque seu contrato com o pequeno Talleres de Remedios de Escalada, do Sul de Buenos Aires, foi rescindido com a janela de inscrições da Argentina fechada. Foi para a Bolívia para cumprir inicialmente apenas quatro meses de contrato até a reabertura do mercado argentino.
— Era para ficar apenas quatro meses e virou seis anos. No fim, Bolívia me completou. Fui campeão, joguei a Copa do Mundo e formei uma família em La Paz. A Bolívia me deu muito mais do que esperava — contou em entrevista ao CableVisión Noticias.
Depois do Universitario de Sucre, Quinteros defendeu ainda San José e The Strongest antes de voltar à Argentina, para vestir as camisas Argentinos Jrs. e San Lorenzo.
Como dentro dos gramados, fora dele também Quinteros não conseguiu engrenar sua carreira como treinador em território argentino. Foi na Bolívia que ele iniciou sua trajetória nas casamatas. A caminhada foi de sucesso com títulos nacionais por Blooming, Bolivar e Oriente Petrolero, entre 2005 e 2010, ano que assumiu o comando da seleção boliviana.
Foram dois anos no comando da Bolívia antes de chegar ao Equador para comandar o Emelec. Em território equatoriano repetiu o sucesso com títulos nacionais e chegada à seleção. Teve passagens pela Arábia Saudita e México e repetiu titulos nacionais no Chile, por Universidad Católica e Colo Colo.
Apenas em 2024 Gustavo Quinteros teve a chance de se consagrar em seu país como treinador. O título conquistado pelo Vélez lhe rendeu os holofotes para passar a ser cobiçado por gigantes do Brasil e chegar ao Grêmio. Mas o argentino que chega ao Tricolor tem parte de seu sucesso ligado à Bolívia, o país que adotou como segunda pátria.
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