A Copa do Mundo de 1994 é especial para os brasileiros. Foi no Mundial dos Estados Unidos que a Seleção Brasileira deu fim ao período sem conquistas e chegou ao tetracampeonato. Foi a Copa de Romário, mas também do polêmico doping de Maradona. Abaixo, Zero Hora relembra momentos importantes da competição disputada há 30 anos.
O doping de Maradona
Campeão do mundo em 1986, Maradona já não vivia o auge quando foi para os Estados Unidos. Na estreia, o camisa 10 marcou um gol na goleada da Argentina sobre a Grécia, por 4 a 1. Na comemoração, deixa evidente a raiva que sentia por não ser considerado um dos destaques do Mundial.
Na segunda rodada, o craque deu assistência para Caniggia na vitória sobre a Nigéria, por 2 a 1. Após o apito final, foi sorteado para o exame anti-doping. O exame deu positivo para efedrina e Maradona foi suspenso, dando adeus ao sonho do bicampeonato mundial.
O gol espetacular da Arábia Saudita
Os sauditas quase sempre estão no Mundial, embora não façam campanhas marcantes. Se em 2022 eles têm a honra de terem vencido a campeã Argentina, na estreia, em 1994 também foi possível deixar uma marca. Na vitória por 1 a 0 diante da Bélgica, o meia Saeed Al-Owairan anotou um gol antológico, partindo antes do meio-campo, deixando seis marcadores para trás e tocando na saída do goleiro Preud`homme.
O recorde de Roger Milla
Foi também a Copa de Milla, craque de Camarões. Ao marcar o gol de honra contra a Rússia, ele se tornou o jogador mais velho a fazer gol em Mundiais. O ex-atleta continua no topo dessa lista, seguido de Pepê e Cristiano Ronaldo, ambos portugueses, que balançaram as redes em Copas do Mundo com 39 e 37 anos, respectivamente.
Os cinco gols de Salenko
É do atacante russo o recorde de gols em uma única partida de Copa do Mundo. Em 28 de junho, Oleg Salenko fez cinco gols na goleada da Rússia sobre Camarões, por 6 a 2. O dia inspirado, no entanto, não adiantou muito, pois os russos já estavam eliminados. Com seis gols, Salenko foi o artilheiro do Mundial, ao lado de Stoichkov, da Bulgária.
Os craques
Na decisão, o Brasil de Romário teve de superar a Itália de Baggio. Os dois jogadores eram, na época, os principais favoritos para ganhar a eleição de melhor jogador da temporada, feito que o brasileiro conquistou.
Além de Maradona, na Argentina, a Copa do Mundo contou com Lothar Matthaus, na Alemanha e Dennis Bergkamp, na Holanda. Até mesmo seleções menos tradicionais apresentaram destaques como a Bulgária de Stoichkov e a Romênia de Hagi.
As revelações
Os estádios americanos foram palco também para o surgimento de craques que fizeram sucesso anos depois. Ariel Ortega, da Argentina, foi um deles. Coube a ele a missão de substituir Maradona após o doping. Henrik Larsson, da Suécia, foi outro que apareceu de forma fulminante. Marc Overmars, da Holanda, foi considerado a grande revelação do torneio mundial.
A comemoração de Bebeto
O momento posterior ao gol contra a Holanda, protagonizado por Bebeto, virou uma das imagens do Tetra. O "embala nenê" marcou época. Ele homenageou Mattheus, filho que recém havia nascido. Logo, ele ganhou a companhia de Romário e Mazinho, que também eternizaram o gesto.
O primeiro campeão definido nos pênaltis
Introduzidas em 1978, as disputas por pênaltis ocorreram pela primeira vez quatro anos depois. Em 1994, o inéditismo chegou à decisão. O campeão foi definido nas penalidades. O Brasil venceu a Itália por 3 a 2. O feito foi repetido duas vezes posteriormente. Em 2006, a Itália levou a melhor sobre a França. Em 2022, a Argentina ganhou da França.
A marca de Zagallo
Bicampeão como jogador em 1958 e em 1962. Campeão como técnico em 1970. Campeão como coordenador em 1994. Com uma vasta carreira de serviços prestados à Seleção Brasileira, Zagallo pode ser considerar tetracampeão mundial. O Velho Lobo morreu no dia 5 de janeiro, aos 92 anos.
A morte de Escobar
A Copa também teve momentos trágicos. O zagueiro Andrés Escobar, da Colômbia, anotou um gol contra os Estados Unidos. Ao voltar ao país, o jogador de 27 anos foi assassinado. Ele foi morto a tiros no estacionamento de uma boate em Medellín.
Posteriormente, as investigações apontaram que Escobar teve a morte encomendada por apostadores que teriam perdido dinheiro com o resultado da partida entre americanos e colombianos. No entanto, a tese nunca foi provada pela polícia local.