Anunciado como novo técnico do Grêmio, Gustavo Quinteros é um treinador com perfil ofensivo. O argentino de 59 anos costuma dizer que tem como objetivo montar equipes protagonistas. Sua forma de buscar esse objetivo é tendo mais a posse da bola e pressionando seus rivais no campo de ataque. O Desenho Tático de Zero Hora explica os conceitos de Quinteros.
O perfil tático de Gustavo Quinteros pode ser definido em três pilares: a posse da bola, a pressão alta e a busca por superioridade numérica no campo de ataque.
Como funciona
Embora tenha utilizado outros esquemas táticos ao longo de sua carreira, Gustavo Quinteros tem o 4-2-3-1 como preferencial. Foi assim que ele montou o Vélez Sarsfield campeão argentino.
Time-base do Vélez campeão argentino:
É fundamental para a ideia de jogo de Quinteros contar com jogadores com boa capacidade de passe. Por isso, ele tem preferência por usar volantes e zagueiros bons na construção. No Vélez, por exemplo, Bouzat, meia-atacante de origem, foi utilizado como volante. Os zagueiros Mammana e Valentín Gómez tinham orientação para conduzir a bola e encontrar passes na entrelinha adversária, além de viradas de jogo. Ou seja, o Grêmio precisará de defensores que tenham essa capacidade na saída de trás.
Mobilidade e busca por superioridade no ataque
A necessidade de ter zagueiros com boa qualidade de passe se explica pela ideia de Quinteros de posicionar muitos jogadores no setor ofensivo já na iniciação das jogadas. Quando saía com a bola, o Vélez normalmente contava com seus extremas abertos adiantados e os laterais também próximos da linha lateral. Assim, os zagueiros tinham a liberdade para conduzir a bola e encontrar os passes.
A partir do momento que a bola chegava ao ataque, os jogadores do Vélez tinham liberdade de movimentação. O meia Aquino podia circular por todo o setor ofensivo alternando posições com os extremas. O centroavante Braian Romero, ex-Inter, também não ficava fixo no centro do ataque se juntando aos três jogadores da linha de meias nas movimentações. Tudo isso com o objetivo de gerar superioridade na hora de atacar a área adversária.
Mesmo com a ideia de ter mais a bola do que seus adversários, o Vélez nem sempre apostava em posses longas. Pelo contrário, a equipe em muitos momentos utilizava lançamentos longos. O Vélez foi o segundo time do Campeonato Argentino com mais ataques diretos, atrás apenas do Racing.
Um exemplo da forma de atacar do Vélez:
Como marca
Dentro da ideia de não permitir ao adversário ter muita posse, o Vélez costumava pressionar bastante no campo de ataque. Na pressão alta, um dos volantes adiantava e a equipe se posicionava no 4-1-4-1. Assim, passava a ter cinco jogadores no setor ofensivo para marcar a saída de bola.
Quando não conseguia pressionar alto, seja pela questão física ou pela capacidade do adversário para sair da pressão, o Vélez se posicionava com duas linhas de quatro tendo o recuo dos extremas com Aquino e Braian Romero ficando adiantados. Ainda assim, Quinteros evitava posicionar sua defesa muito recuada. A ideia era de sempre tentar adiantar a linha defensiva para deixar o bloco bem compactado e evitar que o adversário tivesse espaço para atacar na entrelinha.
Exemplo do Vélez compactado defendendo em bloco médio:
Com um vasto currículo com passagens vitoriosas por Bolívia, Equador e Chile, faltava a Gustavo Quinteros um trabalho de sucesso no seu país. Em 2024, ele voltou à Argentina e levou o Vélez a disputar todos os títulos da temporada. Campeão do Campeonato Argentino, o clube de Buenos Aires ainda chegou às finais da Copa da Liga e da Copa Argentina, onde acabou derrotado por Estudiantes e Central Córdoba, respectivamente. O time ainda foi o que mais somou pontos na tabela anual, que conta a pontuação do Campeonato e da Copa da Liga.
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