Caberá ao grupo de representantes do Ministério da Justiça (MJ), da Funai e da Secretaria-Geral da Presidência da República a tarefa de pacificar os ânimos entre indígenas e agricultores no norte gaúcho nesta quarta-feira (07), mas com reuniões em Porto Alegre, a mais de 450 km do foco do conflito. No início da noite desta terça-feira (06), o ministro José Eduardo Cardozo cancelou a viagem que estava prevista ao Rio Grande do Sul. A alegação oficial, transmitida pela assessoria, é que Cardozo foi "demandado" para uma agenda com a presidente da República, Dilma Rousseff.
No lugar dele vem o assessor especial do Ministério da Justiça, Marcelo Veiga. O MJ vai mudar a estratégia de diálogo e passará a negociar o futuro da demarcação da reserva de Votouro, em Faxinalzinho, de forma separada com índios e agricultores. A avaliação é que as posições estão extremamente radicalizadas desde a morte de dois agricultores na semana passada e por isso as conversas devem ser individuais.
A prefeitura de Faxinalzinho depositava esperança na vinda do ministro para tentar devolver tranqüilidade aos 2500 habitantes do município que vivem dias de tensão diante da escalada de ameaças entre índios e agricultores. A segurança na cidade está reforçada, mas as aulas estão suspensas há oito dias.