Muito bem lembrado por um leitor: esse julgamento do mensalão no STF está parecendo o que acontecia com o Rubens Barrichello na Fórmula-1: ele fazia uma largada perfeita, assumia a liderança e de repente vinha a ordem dos boxes para que deixasse o Schumacher passar à frente.
Da mesma forma, vinha bem o julgamento do mensalão. Até que, de repente, baixou uma ordem superior sobre os dois ministros recentemente empossados no Supremo e toda a ordem natural das coisas foi subvertida.
A marmelada da Fórmula-1 está sendo imitada em Brasília.
Tudo porque baixou uma contraordem dos boxes para os pilotos.
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Esta coluna antecipou por mais de uma semana o que iria acontecer.
E o ministro Celso de Mello já anunciou praticamente o que fará, exatamente o que esta coluna com absoluta exclusividade previu há três dias: será mandado para as calendas o julgamento do mensalão.
Esse rolo todo tem uma só grande finalidade: não deixar que o ex-ministro e deputado José Dirceu vá para a cadeia.
Ou seja, o Supremo Tribunal Federal, na semana que vem, escreverá a página mais espúria da sua história ao favorecer escarradamente gente que já estava com um pé dentro da cadeia e que agora vai zombar da nação inteira ao gabar-se de impunidade.
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Os juízes de todas as instâncias de todo o território brasileiro devem ser atingidos por uma mensagem desta coluna: a de que não mereciam este triste papel que está cometendo o Supremo. Devem levantar suas cabeças e continuar na sua faina de fabricar Justiça. Devem ter consciência de que os que estão interpretando esse triste papel no Supremo hão de passar e ser esquecidos e execrados pela História.
Quero incentivar todos os magistrados brasileiros retos e conscientes a continuar obrando a justiça, os senhores devem continuar a ser a argamassa divina e não podem ser vencidos de uma penada pelos obreiros da justiça interesseira e manipuladora.
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Repito: esta manobra tem um só fim direto: livrar José Dirceu da cadeia, mesmo que este retoque venha disfarçado, maquiado de condenação que no entanto não implique privação da liberdade de Dirceu.
Para tanto, foram usados vários marionetes. E eu, desde que aconteceu a manobra, me enfileiro agora entre os que pleiteiam que não haja mais múnus político na escolha dos ministros do Supremo.
É impossível construir justiça final com nomeação por escolha política de ministros do Supremo. Impossível.
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Na semana que vem, será consagrada a coluna que escrevi quarta-feira passada, anunciando que o caminho que o Supremo Tribunal Federal estava trilhando, de obrar justiça verdadeira, tinha sido malbaratado por poderosos interesses.
O meu orgulho é de que os leitores desta coluna leram, com exclusividade em todo o Brasil, tudo que iria acontecer.
Assim dá gosto ser jornalista.