Dificuldades para acessar postos de saúde ou hospitais públicos. Esta é a resposta de quase metade dos gaúchos ouvidos em pesquisa encomendada pelo Palácio Piratini que também avaliou as administrações de Tarso e Dilma e buscou informações para traçar estratégias de comunicação e propaganda do governo.
Os problemas na rede de atendimento de saúde levam a 40,6% dos entrevistados a afirmar que esse é o maior problema do estado e que deve ser tratado com prioridade. Em seguida, segurança (20,9%) e educação (12,5%) são apontadas como áreas problemáticas. Assaltos e roubos são mencionados como maior motivo de apreensão, enquanto o não pagamento do piso nacional do magistério é citado entre os problemas que envolvem o ensino.
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A Rádio Gaúcha obteve os resultados da pesquisa através da Lei de Acesso à Informação. Aliás, maioria esmagadora dos entrevistados (88%) considera importante a prestação de contas e transparência pública, mas menos de um quarto (22,3%) entende que o atual governo é mais transparente.
O levantamento ouviu 2400 pessoas e é um dos quatro encomendados pela Secretaria de Comunicação em dezembro passado, ao custo total de R$ 400 mil, à empresa Foco Opinião e Mercado, de Santa Catarina, que tem no cartel de clientes o TCE, SEBRAE e CEEE. O objetivo descrito no documento é "levantar (...) opiniões relacionadas a assuntos políticos/administrativos". Mas as perguntas extrapolam a órbita estadual e incluem avaliação da administração da presidente Dilma Rousseff, que fica com mais de mais de 62% de conceito "bom ou ótimo". Já o governo Tarso Genro é bem avaliado por 44% dos gaúchos, mas outros 48% entendem que a administração é regular ou ruim para, sendo que o cálculo inclui 28,2% classificados como 'regular bom'.
A Comunicação do governo também buscou conhecer a percepção da população com mais de 16 anos sobre a atuação do governo em algumas áreas. A maioria que respondeu ao questionário acha a EGR boa iniciativa (50, 3%). Mas por outro lado, 40,9% manifestaram descontentamento com a atuação do governo durante a estiagem para dos entrevistados e entendem que ficou abaixo da expectativa. Há ainda respostas sobre os motivos do orgulho gaúcho: a maioria cita as tradições ou palavras relacionadas, como churrasco e chimarrão. Por outro lado, a política ou os políticos do estado não somaram 0,1% de respostas espontâneas e sequer figuram nas respostas.
Para o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, a realização da pesquisa é necessária para avaliar o desempenho do governo, identificar as políticas bem-sucedidas e mapear as deficiências. "É um instrumento técnico que nos ajuda a compreender melhor como está sendo visto o governo e aquilo que precisa melhorar", declarou. O secretário lembra que há pontos que reafirmam o acerto do governo, como a criação da Empresa Gaúcha de Rodovias, que foi bem avaliada por mais de 50% das pessoas. Já com relação aos problemas em áreas essenciais, Pestana entende que o levantamento não traz nenhuma surpresa. "Apenas confirma coisas que são de conhecimento de todos, com relação à saúde, segurança e educação. Mas aprofunda alguns detalhes que precisamos intervir", afirmou. O Piratini pretende realizar novas pesquisas nos próximos meses.