Os 35 vereadores eleitos em Porto Alegre no último domingo (6) tiveram um gasto médio de R$ 26,78 por voto. No total, a arrecadação dos futuros integrantes do Legislativo da Capital ultrapassou R$ 7,7 milhões.
Os recursos foram utilizados para financiar a campanha eleitoral de cada um dos candidatos. Juntos, os escolhidos para compor a Câmara Municipal a partir do ano que vem somaram 290.521 votos.
Apenas dois dos eleitos desembolsaram mais de R$ 100 por voto recebido, enquanto a grande maioria não passou dos R$ 50. O levantamento de Zero Hora calculou a média entre o valor de arrecadação divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — até as 12h desta terça-feira (8) — e o número de votos conquistados por cada um.
Liderando o ranking (confira a lista completa abaixo), o estreante Coronel Ustra (PL) teve o valor mais alto na relação entre arrecadação e número de votos. Ele recebeu 2,6 mil votos e, até sábado (5), declarou ter arrecadado R$ 416,5 mil para a campanha — assim, gastou R$ 156,05 por voto recebido.
Em segundo lugar, Giovani Culau e Coletivo (PCdoB), eleito para o primeiro mandato depois de passar período como substituto da vereadora Bruna Rodrigues, arrecadou R$ 507,3 mil e teve pouco mais de 4,9 mil votos. O custo médio por voto, portanto, foi de R$ 103,50.
Professor Vitorino (MDB), também eleito para o primeiro mandato, teve o valor mais baixo: R$ 7,80 por voto conquistado. O historiador declarou, até 18 de setembro, uma arrecadação de R$ 41,5 mil e teve 5,3 mil votos. Juliana de Souza (PT) não registrou arrecadação para a campanha no TSE e, por isso, o valor por voto dela aparece zerado*.
Os partidos políticos e os candidatos tinham até o dia 13 de setembro para enviar à Justiça Eleitoral, por meio do Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE), a prestação parcial de contas. Os valores referentes ao primeiro turno deverão ser atualizados na plataforma até 5 de novembro.
Somando-se os valores, a campanha dos eleitos para a Câmara de Vereadores custou R$ 7.780.990,75. Os recursos arrecadados pelos candidatos vêm dos fundos eleitoral e partidário e de doações de pessoas físicas. As despesas foram, na grande maioria, com publicidade por materiais impressos, impulsão de conteúdo na internet, despesas com pessoal, atividades de militância e mobilização de rua.
* Juliana de Souza (PT) informou, em 14 de outubro, que o valor arrecadado para a campanha, até 11 de outubro, era de R$ 289.828,76. Os cálculos da matéria não foram atualizados.
Candidatos não eleitos
No total, os 518 postulantes ao cargo de vereador da Capital declararam R$ 25,7 milhões em receita. Os 15 candidatos com maior arrecadação concentram cerca de 23,5% de todo o valor registrado. Desses, seis não conseguiram se eleger no domingo (confira a relação completa abaixo).
Os 15 com maior arrecadação declararam, até domingo, um total líquido de recursos recebidos superior aos R$ 300 mil, sendo que dois ultrapassaram os R$ 500 mil. No topo da lista, Abigail Pereira (PCdoB) arrecadou R$ 636,3 mil e não foi uma das escolhidas para a Câmara Municipal.